RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Morreu neste domingo (28), no Rio de Janeiro, o matemático Maurício Peixoto, 98, um dos fundadores do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa).


O matemático era filho do ex-governador do Ceará, José Carlos de Matos Peixoto, e se mudou para o Rio de Janeiro em 1930. Em 1952, fundou o Impa ao lado de Lélio Gama e Leopoldo Nachbin.


Maurício Peixoto ganhou o prêmio de matemática da Academia Mundial de Ciências (TWAS) em 1987, além da Grã-Cruz e a comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico.


No Impa, Peixoto desenvolveu o Teorema de Peixoto, um marco matemático relacionado a sistemas dinâmicos, que caracterizou os campos de vetores estruturalmente estáveis em variedades compactas de dimensão.


No exterior, Peixoto esteve na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, em 1957, onde trabalhou com estabilidade estrutural de equações diferenciais, e também na Universidade Brown, em Providence (EUA), lugar em que ficou por seis anos, de 1964 a 1970, como membro do corpo docente. Ele ainda foi o segundo brasileiro a dar palestra no Congresso Internacional de Matemáticos (ICM), em Vancouver, Canadá, em 1974.


O matemático deu aulas na Universidade de São Paulo entre 1973 e 1978. Por dez anos, Peixoto também presidiu a Academia Brasileira de Ciências, entre 1981 e 1991, e foi nomeado membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, em 1996.


“A vida e trajetória de Maurício se confundem com a história da matemática brasileira, que ele ajudou a criar e inspirou muito. Fico feliz que ele tenha podido testemunhar a promoção do Brasil ao grupo de elite da matemática mundial e o Congresso Internacional de Matemáticos no Brasil”, disse Marcelo Viana, diretor-geral do Impa.


Peixoto foi casado três vezes e teve quatro filhos ao longo da vida: Martha, Marcos, Elisa e Ricardo. O velório ocorrerá no Memorial do Carmo das 14h às 18h, na segunda-feira (29).