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Um levantamento com base nos dados do Banco Central (BC) mostra que as operações de câmbio turismo no Brasil cresceram 297% no primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado. Realizada pela B2Gether, empresa brasileira especializada em operações de câmbio, a pesquisa aponta que, nos primeiros três meses deste ano, foram registradas 1,2 milhão de transações cambiais contra 318,2 mil, em 2021.

Segundo Janaina Assis e Diego Zia, sócios-fundadores da B2Gether, a informação apresentada pelo estudo vai ao encontro da retomada do turismo que tem sido percebida no mundo inteiro, em resposta a uma espécie de demanda reprimida após um longo período sem poder viajar.

“O setor de viagens, sem dúvidas, foi um dos mais afetados pela pandemia. Por meio dos dados, vemos que o volume de operações cambiais com foco em turismo despencou entre 2020 e 2021, mas agora dá sinais de recuperação”, observam os especialistas que, juntos, somam mais de 20 anos de experiência no mercado de câmbio.

Apesar do momento favorável, os dados indicam que as transações deste ano ainda estão longe dos números registrados no período anterior à Covid-19. Segundo a pesquisa da B2Gether, nos primeiros três meses de 2019, o Brasil contabilizou 1,8 milhão de operações dessa natureza. Em 2020, cujo fim do período da amostra se mistura com a chegada do coronavírus, ocorreram 1,3 milhão de movimentações.

Os números de 2022 são, respectivamente, 7,5% e 43,9% inferiores a 2020 e 2019. Confira, a seguir, os volumes dos primeiros trimestres dos últimos quatro anos:

2022 = 266.171 operações;
2021 = 233 operações;
2020 = 361.717 operações;
2019 = 822.963 operações.
Volume de operações com dinheiro vivo em 2022 é o maior nos últimos 4 anos

Diante da digitalização do dinheiro em muitos destinos no mundo, as operações de câmbio turismo na forma de moeda em espécie segue mais forte do que nunca entre os turistas brasileiros. Só no primeiro trimestre deste ano, foram registradas mais de 1 milhão de compras e vendas de moeda estrangeira em espécie. Percentualmente, foi o maior volume dos últimos quatro anos, representando 92,9% de todas as transações.

Por outro lado, o percentual de operações com cartão pré-pago internacional foi o mais baixo no período: 7,06%, o equivalente a mais de 89 mil transações. Para Janaina e Diego, além da questão cultural, pesa contra os cartões o fato de os tributos serem mais altos.

“Estamos passando, sim, por um processo de transição do dinheiro vivo para o dinheiro digital. Aqui no Brasil mesmo, por exemplo, o Pix tem crescido absurdamente. Mas o que percebemos no turismo internacional é um cenário ainda um pouco diferente. Os turistas brasileiros ainda estão mais acostumados a comprar moeda em espécie, que é a forma mais tradicional e barata de levar recursos ao exterior”, explicam.

Veja, abaixo, os volumes de operações com dinheiro em espécie e cartão pré-pago nos primeiros três meses do último quadriênio:

Em 2019, foram registradas 1.599.649 operações com dinheiro em espécie (87,75%) contra 233.287 com cartão pré-pago (12,79%);
Em 2020, foram registradas 1.207.210 operações com dinheiro em espécie (88,65%) contra 154.507 com cartão pré-pago (11,35%);
Em 2021, foram registradas 282.570 operações com dinheiro em espécie (88,79%) contra 35.663 com cartão pré-pago (11,20%);
Em 2022, foram registradas 1.176.783 operações com dinheiro em espécie (92,94%) contra 89.388 com cartão pré-pago (7,06%).
As 10 moedas estrangeiras mais procuradas no Brasil em 2022

Segundo dados do Banco Central apurados pela B2Gether, o dólar americano é a moeda estrangeira mais negociada no Brasil ao longo dos primeiros trimestres dos últimos quatro anos quando o assunto é câmbio turismo. Só em 2022, foram mais de 660 mil transações, respondendo por 52,18% de todas as operações cambiais dessa natureza.

Logo atrás vem o euro, cujo volume deste ano registrou mais de 443 mil transações, representando 36% do total apurado no período. Juntas, as duas moedas monopolizam o mercado cambial brasileiro relacionado às viagens internacionais, equivalente a 87,24% de todas as movimentações.

Na sequência, você visualiza as 10 moedas mais transacionadas em 2022:

Dólar dos EUA: 660.762
Euro: 443.932
Libra Esterlina: 34.164
Peso Argentino: 39.399
Dólar Canadense: 27.159
Guarani Paraguaio: 24.484
Peso Mexicano: 8.391
Peso Chileno: 6.461
Franco Suíço: 5.587
Dólar Australiano: 4.443
A pesquisa completa está disponível no site da B2Gether. Realizado com base nos dados do Banco Central, o levantamento engloba cerca de 80 moedas estrangeiras e operações cambiais realizadas por mais de 65 instituições financeiras que atuam no Brasil.

Como os servidores do BC estavam em greve até recentemente, as planilhas completas que deram base ao estudo e formaram a amostra vão até março (as de abril e maio ainda não estão disponíveis). Para ter base comparativa, foram coletados os dados referentes aos primeiros trimestres dos últimos quatro anos: 2022, 2021, 2020 e 2019.