Ensino básico registrou aumento de 10% nas matrículas (Franklin de Freitas)

As matrículas nas escolas particulares do Paraná já retornaram aos níveis pré-pandemia, segundo o recorte do Censo 2022 sistematizado pela BA2Edu para o Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR). De acordo com os dados, o ensino básico apresentou um aumento de 10,7% nas matrículas em comparação ao ano anterior. Vale destacar que o censo reflete sempre os dados do ano imediatamente precedente.

O levantamento realizado pelo Censo 2020 mostra que as instituições privadas de educação infantil, ensino fundamental e médio tinham 440,6 mil alunos matriculados, este volume recuou para 399,8 mil no Censo 2021 e agora está em 442,8 mil registros.

O número de matrículas em creches chama atenção, foram 59,4 mil registros de acordo com o último levantamento. Esse número é o maior desde 2014, o recorte indica um crescimento de 14,9% nas inscrições em comparação com o Censo 2020, que reflete o ano de 2019. O Censo 2022 mostra ainda que as matrículas em pré-escolas atingiram um volume próximo ao registrado antes da pandemia. Com um total de 50,9 mil crianças matriculadas, o nível escolar apresenta um aumento de 1% em relação ao Censo de 2020, que registrou 50,3 mil inscrições.

Mesmo com números inferiores aos registrados antes da pandemia, as vagas para os anos iniciais do ensino fundamental mostram recuperação. O Censo 2020 revela que essa categoria teve 121,5 mil inscritos, no ano seguinte houve ligeira queda para 114,5 mil e no Censo 2022 o volume foi para 118,8 mil matrículas.


Nos anos finais do ensino fundamental também existiu aumento de matrículas. No Censo 2020 ocorreram 86,1 mil inscrições, em 2021 foram 80,8 mil e em 2022 a quantidade de alunos foi de 82,6 mil.

Número de escolas – A quantidade de instituições particulares de ensino no Paraná retornou ao patamar pré-pandemia. Segundo o Censo 2020, foram registradas 2.419 escolas em situação ativa. No ano seguinte, esse número diminuiu para 2.399, e agora, o Censo 2022 mostra que a quantidade de escolas voltou a crescer e está no patamar de 2.415 unidades de ensino.

*Outra história parecida é a de João Gustavo Freire. Mas não tão parecida assim. João, na verdade, nunca saiu da universidade. Só foi de professor para aluno. Aos 37 anos, já engenheiro e professor universitário, ele decidiu mudar de área ao invés de seguir para o doutorado. João também entrou no curso de Direito. “Não mudou muito a minha rotina familiar, não parei de trabalhar. Tinha dias que eu estava em um bloco dando aula e depois ia para o outro para assistir outras aulas.”

Para João, voltar à sala de aula como aluno foi excelente. Ele conta que aprendia os conteúdos, mas também observava a didática de seus professores e colocava em prática quando voltava para os seus alunos. Agora formado e advogando, o professor acredita que a idade fora do padrão só o ajudou em todos os aspectos: mercado de trabalho, maturidade e paciência.

“Eu não acho que 35/40 anos seja tarde demais. A expectativa de vida aumenta ano após ano, a Reforma da Previdência adia a aposentadoria. Se a próxima geração viver até os 100 anos, o que são 40?”, comenta.

O especialista, coordenador de administração da Universidade Positivo, Fabio Vizeu, acredita que foi-se o tempo em que pessoas com mais de 40 anos eram consideradas velhas demais para o mercado. Para ele, a população madura tem perfeitas condições de produzir e poder agregar ao mercado de trabalho.

Ele analisa, no entanto, que ainda há preconceito em algumas áreas específicas, como o caso das Startups. Mas, do lado dos profissionais, o que podem fazer é se adaptar às novas tecnologias e meios de trabalho.

“Os profissionais com mais idade já têm uma certa bagagem no mercado de trabalho e estão calejados das dificuldades, das crises, dos desafios da vida adulta. Enquanto isso, os jovens trazem as possibilidades da experimentação. A troca entre eles é muito saudável para um ambiente corporativo mais produtivo”, finaliza Vizeu.

Seu Luiz, do início da reportagem, concorda. “Não vejo essa dificuldade. Esse discurso de que as profissões estão saturadas, que não tem espaço… eu sempre acreditei que quando você faz um trabalho com excelência, você conquista o seu espaço no mercado de trabalho. Temos muito a agregar.”