Divulgação – ‘Jurassic World: Domínio’: mistura de personagens de duas épocas

‘Jurassic World; Reino Ameaçado’, de 2017, tirava os dinossauros das ilhas isoladas e os levava ao mundo civilizado. Explorou mal e mal o limite ético da clonagem de seres vivos. E terminou sem que esses dois arcos fossem concluídos (esses spoilers prescreveram). O segundo filme da franquia ‘Jurassic Park’, revitalizada em 2015, nem precisava ser feito – a não ser pelo potencial bilionário de bilheteria. Não deixou saudades, mas deixou sujeiras. Que podem ser limpas agora, com o lançamento do terceiro filme da franquia, ‘Jurassic World: Domínio’, que estreia nesta quinta-feira (2) em Curitiba.

A sujeira começa porque o mundo acabou “invadido” por dinossauros tirados da ilha para serem vendidos no mercado ilegal, como se fossem obras de arte ou mercadorias. Os humanos do filme acharam essa ideia genial, mas perderam o controle sobre as criaturas, como era de se esperar. Depois de quatro anos, os dois lados têm que aprender a conviver. Há até uma espécie de contador, do tipo “estamos há X dias sem uma ocorrência com dinossauros”. Na maioria das vezes os dinos são pequenos e não dão problemas, mas de vez em quando um tricerátope faz uma picape capotar a chifradas, um estegossauro causa um estrago, um tiranossauro come alguém…

É quando surge em cena o bilionário Lewis Dodgson (Campbell Scott), dono da gigante tecnológica BioSyn, que constrói um santuário para os dinossauros em um vale de montanhas na Itália. Mas ninguém fica bilionário fazendo coisas de graça. Ele também tem uma solução para uma crise global que pode ou não estar ligada aos dinossauros – sendo que o único a lucrar com esse caos global é exatamente Dodgson, uma paródia caricata de Elon Musk ou Jeff Bezos. Isso tudo pode estar ligado a dinossauros? É motivo para entrarem em cena os protagonistas do primeiro filme do ‘Jurassic Park’, o paleontólogo Alan Grant (Sam Neill), a botânica Ellie Sattler (Laura Dern) e o filósofo Ian Malcolm (Jeff Goldblum).

Ainda há a outra sujeira do segundo filme para resolver. A menina Maisie (Isabella Sermon), neta do milionário Benjamin Lockwood (morto no 2º filme), tem uma origem que pode ou não contrariar os limites éticos da ciência. E pode ou não despertar a cobiça de pessoas interessadas em engenharia genética. Pode ou não despertar a cobiça? É motivo para entrar em cena o casal do filme de 2015, o aventureiro Owen Brady (Chris Pratt) e a ex-executiva Claire Dearing (Bryce Dallas Howard).

‘Jurassic World: Domínio’ tem o mérito de apresentar ao espectador criaturas que não apareceram em filmes anteriores, como o giganotossauro (o maior predador terrestre que já existiu), o quetzalcoatlo (o maior pterossauro que já existiu), o terezinossauro (o animal com as maiores garras que já existiu) e até criaturas que são confundidas com dinossauros, mas que são ainda mais antigas, como o dimetrodonte e cinognato – seres da era paleozoica, com 300 milhões de anos, bem anteriores à era mesozoica, o período em que os dinos habitavam o planeta. Também há um apelo claro para a nostalgia, ao agrupar o trio do filme de 1993 com o casal do longa de 2015.

O roteiro, por sua vez, tenta entregar um fio de história em meio a diversos trechos clonados dos filmes anteriores. O filme de 1993 é amplamente referenciado, mas também há ligações com ‘Jurassic Park: o Mundo Perdido’ (uma caçada de dinossauros em ritmo de safári), ‘Jurassic Park III’ (a introdução de um superpredador capaz de fazer frente ao t-rex), ‘Jurassic World’ (perseguição de motos e velocirraptors) e ‘Jurassic World: Reino Ameaçado’ (dinossauros vendidos no mercado ilegal). Mas o que se espera de um filme assim é ação, muita ação, e muitos dinossauros na tela. É isso que o diretor Colin Trevorrow se propõe a entregar. Isso, além de limpar a sujeira do longa anterior.

Quem é quem

Alan Grant
(Sam Neill)
Paleontólogo raiz, daqueles que comanda escavações de fósseis nos desertos

Ellie Sattler
(Laura Dern)
Botânica e cientista, retomou as duas carreiras depois de se separar do marido

Ian Malcolm
(Jeff Goldblum)
Filósofo, considera que tudo é caos e sempre condenou a clonagem de animais

Lewis Dodgson
(Campbell Scott)
Bilionário, domo da ByoSin, pretende colocar os dinossauros em um santuário


Owen Brady
(Chris Pratt)
Treinava velocirraptors no Jurassic Park e conseguiu salvar um deles do parque

Claire Dearing
(Bryce Dallas Howard)
Ex-executiva do Jurassic Park, adotou Maisie e vive isolada com ela e Grady

Maisie
(Isabella Sermon)
Neta do milionário Benjamin Lockwood, vive em conflito com a própria existência

Kayla Watts
(DeWanda Wise)
Pilota aviões e helicópteros e deixou de ser mercenária para ajudar Grady