A frente fria que atingiu algumas regiões do Brasil nos últimos dias fez as temperaturas despencarem. Além de muitos agasalhos, cobertores e meias, é hora de investir em receitas que vão garantir noites mais quentes, como um fondue de queijo ou chocolate, caldo verde, cappelletti in brodo e polenta. Pensando nisso, Paula Daidone e Cibele Siqueira, Sommèliere da Wine.com.br, clube de assinatura que tem a missão de conectar pessoas por meio da paixão pelo vinho, prepararam algumas dicas de vinhos que harmonizam com estes pratos e que vão deixar a sua noite ainda mais aquecida. Fondue de Queijo Você sabia que diferente do que muitas pessoas pensam, a fondue de queijo harmoniza melhor com vinho branco do que tinto? A fondue é um prato altamente gorduroso que precisa de um vinho com acidez elevada para limpar o paladar e nem sempre encontramos essa acidez em vinhos tintos. O ideal é optar por um branco com frescor e textura encorpada, pois o queijo derretido é pesado e um vinho leve morreria na combinação. Normalmente, a receita tende a ter um toque adocicado, por conta dos queijos escolhidos. Optar por um vinho com um leve açúcar residual pode trazer uma sensação agradável à combinação, como um meio seco. Boas opções são Chardonnay e Riesling, brancos da Califórnia e do Alentejo. Para quem não abre mão de um tinto, opte por exemplares mais leves e com acidez elevada, como Pinot Noir, Merlot ou até um Sangiovese. Outra opção são os vinhos elaborados em regiões mais frias, como o Vêneto. Sugestão: Partridge Flying Chardonnay 2020 Partridge Reserva Pinot Noir 2019 Fondue de Chocolate Antes de pensar na harmonização do vinho, você precisa saber qual o tipo de chocolate que será servido como base para a fondue. O vinho nessa harmonização faz o papel de limpar o paladar e secar a sensação de untuosidade, causada pelo leite e gordura vegetal. Cada tipo de chocolate tem um grau de gordura diferente. Chocolate ao leite – é o mais gorduroso e doce. Pede por tintos leves, frutados e com baixo teor alcoólico, como Gamay, Merlot e Grenache, um espumante Moscatel ou, na linha dos vinhos de sobremesa, um Porto Ruby jovem. Podemos citar também os vinhos tintos californianos que possuem os aromas típicos de chocolate e açúcar residual. Sugestão: Apothic Crush 2016 – https://www.wine.com.br/ Chocolate amargo – são os mais intensos e apresentam notas torradas e terrosas. O vinho deve ser tinto, encorpado, com taninos redondos e frutado. A escolha óbvia são os vinhos de sobremesa tinto, como o Porto, ou um tinto seco de casta tânica, como Cabernet Sauvignon, Syrah, Malbec e Tannat. O vinho tinto meio seco pode ajudar a suavizar a amargura dos taninos do chocolate. É importante que os taninos estejam bem integrados, para que não crie uma combinação amarga. Sugestão: Root:1 Reserva Maipo Valley Cabernet Sauvignon 2017 Chocolate branco – doce, macio e untuoso. Pede por um vinho que se assemelhe na doçura e textura. Priorize os vinhos brancos com doçura para equilibrar o sabor do chocolate; acidez média/alta, para limpar a untuosidade; e com textura cremosa e amanteigada, igualando o peso do chocolate. Pode ser um exemplar bem doce, como o Moscatel, ou de castas aromáticas, como Riesling e Torrontés. Vale variações de vinificação: tranquilo, espumante ou sobremesa. Sugestão: Altivo Vineyard Selection La Rioja Torrontés 2018 https://www.wine.com.br/ Caldo verde O Caldo Verde é uma sopa de origem portuguesa, mais precisamente da região do Minho, no norte do país. Ela é tão querida por lá que, em 2011, passou a ser integrante da lista das “7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa”. A sopa leva em sua composição couve, batata e linguiça. Um prato com certo peso e gordura, oriunda da proteína animal. Por isso, precisamos de um vinho com corpo médio e taninos marcantes. Por lá é comum servir o caldo junto com um Vinho Verde Tinto, da uva Vinhão. Para manter a tradição, escolha tintos de Portugal, principalmente do Norte, como Bairrada, Douro e Dão. Sugestão: Papa Açorda Colheita Tinto 2018 Cappelletti in brodo Esse é um prato típico da Emilia-Romagna, norte da Itália. A receita típica leva capeletti recheado com carne em um caldo de frango. A harmonização regional é com o vinho Lambrusco, também elaborado na Emilia-Romagna. O Lambrusco é um vinho tinto com taninos presentes e alta acidez, características que ajudam a cortar a gordura oriunda da proteína animal, presentes tanto no caldo quanto no recheio. Além do Lambrusco, os italianos consomem essa sopa com vinho branco seco do norte do país, como o Soave. Agora, se a opção for por um caldo de carne, você já pode entrar com um tinto mais tânico e com menos acidez, como Merlot, Malbec, Sangiovese e Pinotage. Sugestão: Partridge Flying Malbec 2019 Polenta De origem italiana, embora existam registros de seu consumo na Grécia Antiga. A receita da Polenta é basicamente farinha de milho, mesmo havendo uma diversidade de farinhas com que se pode prepará-la. Aqui no Brasil, ganhou o nome de Angu. A escolha do vinho está totalmente associada ao acompanhamento que a polenta receberá. No geral, receitas com carne vermelha ou de porco pedem por um tinto estruturado e taninos presentes. Como Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Malbec. Preparos com especiarias vão bem com Syrah e Pinotage. Uma versão bem brasileira é a Polenta com Rabada e agrião. Para esse prato, nossa sugestão é um Cabernet Sauvignon ou um Carménère do Chile, pois são regiões onde essas uvas apresentam notas verdes que vão casar bem com o agrião. Para receitas com vegetais, aposte em brancos aromáticos, como Sauvignon Blanc e Riesling. Legumes grelhados ou cogumelos já aguentam um tinto leve com notas terrosas, como o Pinot Noir. Molho branco, prefira vinho branco com textura cremosa, como Chardonnay. Sugestão: V9 Gran Reserva Single Vineyard Carménère 2017 (fonte: Assessoria)
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Vinho & Frio: Wine dá dicas de harmonização com pratos de inverno

Divulgação - Fondue de queijo pede um vinho branco encorpado