Gabriela Hardt (Reprodução/You tube)

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle na Câmara dos Deputados aprovou requerimento apresentado pelo deputado federal paranaense Tadeu Veneri (PT) para ouvir três ex-funcionários da Petrobras e a juíza Gabriela Hardt, nova coordenadora da Operação Lava Jato no Paraná, para que prestem esclarecimentos sobre a comercialização de informações sigilosas da tecnologia Petrosix, patenteada pela unidade de transformação do Xisto da Petrobras, em São Mateus do Sul. Um dos ex-funcionários é o pai da juíza, Jorge Hardt Filho, e os dois outros são João Carlos Gobbo e João Carlos Wink.

Veneri quer elucidar como dados sigilosos sobre o funcionamento da tecnologia, usada para extrair óleo combustível do xisto, teriam sido transferidos indevidamente para a empresa Forbes&Manhatan. Os ex-funcionários, que passaram a ser consultores de empresas privadas do setor após deixarem a Petrobras, são suspeitos de terem vazado os documentos corporativos e confidenciais sobre a tecnologia a esse grupo que já atuava em parcerias com a Petrobras. Em relatório de um procedimento interno da Petrobrás, os ex-funcionários são citados como prováveis fontes do vazamento das informações confidenciais.

A empresa acabou comprando a unidade de São Mateus, mas ainda não assumiu o controle da Petrosix. O prazo para que a empresa tome posse da unidade de São Mateus é de quinze meses. Para o deputado Tadeu Veneri, os esclarecimentos são necessários antes desse prazo se esgotar.

Veneri entende que a convocação da juíza é oportuna porque foi substituta de Sérgio Moro nos julgamentos da Lava Jato, que conduziu várias investigações sobre os negócios da Petrobras. Hardt voltou a assumir o comando da operação após o afastamento do juiz Eduardo Appio esta semana.

O requerimento teve as assinaturas de apoio dos deputados Jorge Solla e Alberto Mourão.