Além de PT e PSDB, grupo reuniu representantes de PCdoB, PDT, PSB, PSOL, PV, Solidariedade e Rede, Foto: divulgação.

Representantes do PT, do PSDB e de mais sete partidos anunciaram hoje o início das negociações para a formação de uma coalizão com vistas à disputa pela prefeitura de Curitiba e governo do Paraná nas eleições de 2024 e 2026. Além das siglas petista e tucana, o grupo reuniu pela manhã, na Capital paranaense, dirigentes e parlamentares do PCdoB, PDT, PSB, PSOL, PV, Solidariedade e Rede, para articular uma possível aliança para as duas próximas disputas eleitorais no Estado, e também definir uma posição conjunta sobre questões como as novas concessões de pedágio e a venda de ações da Copel.

O objetivo da articulação é buscar uma frente de vários partidos para tentar buscar candidaturas competitivas, contra os candidatos do grupo do governador Ratinho Jr, além de um provável nome ligado à operação Lava Jato, representado pelos senadores Sergio Moro (União Brasil) e Deltan Dallagnol (Podemos).

Entre os presentes na reunião de hoje estiveram o presidente do PT do Paraná, deputado estadual Arilson Chiorato, e o ex-deputado Michelle Caputo, membro da Executiva Estadual do PSDB. PT e PSDB são tradicionais rivais políticos no Estado. Caputo defendeu a abertura de conversas entre esses partidos e os demais, e disse falar em nome do presidente da legenda no Paraná, o ex-governador e hoje deputado federal Beto Richa.

“Nós temos as nossas diferenças. Já foram traduzidas em muitos momentos, principalmente em momentos eleitorais. Mas nós temos hoje algo que nos une há muitos partidos, que é o respeito à democracia, ao Estado Democrático de Direito, o respeito aos direitos humanos e civis que foram conquistados, e recentemente traduzido na eleição do presidente Lula”, afirmou o dirigente.

“Estou autorizado a falar em nome do presidente estadual do PSDB, deputado federal Beto Richa”, reforçou, lembrando que a bancada do PSDB na Assembleia Legislativa votou contra um pacote de medidas proposto pelo governo Ratinho Jr no final de 2022, logo após a eleição, que incluiu a autorização para a venda de ações da Copel e a criação de cargos. Votamos contra essa privatização da Copel, que nós sabemos quais são os interesses. “Votamos contra o perdão de dívidas de grandes grupos econômicos com o Estado, a criação de uma série de cargos para recompor e fortalecer um projeto que vai contra os nossos interesses”, disse Caputo.

Ele defendeu ainda a articulação entre esses partidos para uma possível aliança para a disputa pela prefeitura de Curitiba e governo do Estado. “Eu acho que é importantíssima também a discussão também sobre as eleições municipais, principalmente Curitiba. Porque muito do que vem depois, o governo do Estado, o que a gente pensa como Estado passa muito pelo que acontecer na Capital”, considerou.

“Vai ter um momento em que nós, no primeiro ou no segundo turno, vamos ter que manter uma unidade, um compromisso, porque é fundamental para a Capital para depois ter condições operar essa questão do Estado”, disse o ex-deputado.

Ao blog Politicamente, o deputado federal Beto Richa confirmou a participação nas conversas com a coalizão que inclui o PT, e disse não ter ido ao encontro de hoje por conta de outros compromissos previamente assumidos.

Representando o PV, o deputado federal Aliel Machado ressaltou os pontos que podem unir o grupo. “Nós temos pontuais divergências, mas as convergências muito maiores. A Copel, o pedágio, são coisas de extrema urgência que as pessoas tem que ter conhecimento do qual grave e o quanto podem impactar na vida dos paranaenses nas próximas décadas”, avaliou.

O mesmo fez o deputado federal e presidente do PSB do Paraná, ex-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci. “Uma articulação visando a proteção do patrimônio do nosso estado. Que possa ter uma Copel que continue trazendo todos os benefícios à população. Estamos juntos na questão da bandeira do pedágio”, disse.
Candidato a prefeito de Curitiba em 2020, o presidente do PDT do Paraná, deputado estadual Goura, salientou a importância da eleição municipal. “Nós podemos fazer história no ano que vem. Juntos nós temos mais fortes. Não podemos dar margem para que as eleições do ano que vem comprometam a gestão democrática do presidente Lula”, defendeu.