Sebastian Voortman – Como o Metaverso pode afetar a geração nativa da internet e sua percepção de realidade?

Adolescência e Metaverso 

Continuamos aqui o assunto sobre abstinência nas redes sociais, a partir de experiência própria que fiz em outubro, mantendo um comportamento 80% off-line, na medida do possível. Resultado: menos ansiedade, melhor percepção da realidade e que tudo é real além tela. E por falar em além, estamos a passos de um outro sistema de vida, o metaverso. Não é à toa que o CEO da Meta (Facebook), Instagram e WhatsApp, Mark Zuckerberg, anunciou dias atrás a mudança da plataforma para Meta, do grego metá (em seguida) e que nos dá uma visão de pós-internet. Isso só denota que assim funcionarão as redes: mais imersivas, mais tempo no mundo digital e a virtualização do ser.

O Metaverso se apresenta como futuro próximo, mas o fato é que já está aqui, com o chefão da Metahero, Robert Gryn apresentando uma traquitana na Feira de Dubai, no mês passado, com 200 câmeras e seu próprio avatar em realidade aumentada, para demonstrar os passos para onde caminha a Humanidade: humanos em links, óculos e sensores para interagir, tokens e criptomoedas em mercado financeiro digital que já estão deixando Wall Street (quase) obsoleto, ou seja, o mundo gamificado.

A vida como ela é – E nessa discrepância de um passado recente, um presente em transformação acelerada e um futuro que notifica todos os dias, como se comporta a geração nativa de internet? O psicólogo e psicoterapeuta, especialista em Psicologia Comportamental da Universidade de São Paulo (USP), Umberto Anselmi, pondera sobre benefícios do avanço e cuidados humanos.  

“Pesquisas acadêmicas realizadas sobre o impacto do uso das redes sociais por adolescentes apontam, principalmente, o Cyberbullying e a depressão. Existe, inclusive, serviço de apoio para este detox digital, como a DELETE (institutodelete.com).

Percebo que há um movimento forte também acontecendo que é esta desconexão das redes sociais, pelo menos, do modo intenso em que se encontra. Muitos adolescentes estão saindo de suas redes. Porém, a necessidade de socialização existe e precisa ser suprida. Nesse momento é importante ter cuidado, pois há muito mais do que nós, pais, conhecemos. Alguns adolescentes deletam redes onde seus familiares estão para utilizar outras mais próprias da idade” – argumenta Anselmi.

E no looping da existência nos deparamos com a mesma lógica, a do equilíbrio. Ajustar o ponto é como encontrar a dosagem certa do remédio ou veneno. Então a pergunta sobre a questão é: como lidar com inteligência emocional sobre essa meta vida?

“Tecnologia sempre é um passo positivo, mas precisa ser usada para não ‘ ‘maquinizar’ as relações. Na arte existe uma expressão que é Hic et nunc, em tradução literal seria o ‘aqui e agora’, que ressalta a importância do momento único, por exemplo, de estar em uma exposição artística ou ver por catálogo. As redes sociais, a meu ver, entram nessa filosofia. Tudo agrega, mas nada substitui o “aqui e agora”.

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*Ronise Vilela é criativa de Comunicação e Escrita Afetiva, Jornalista, Escritora e Psicanalista Integrativa.

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