O comediante Pedro de Lara morreu no fim da manhã de hoje (13), aos 82 anos. Ele estava em casa com a família, quando sentiu-se mal. Pedro já chegou morto à Clínica Climede, em Vaz Lobo, na zona norte do Rio. De acordo com a família, Pedro de Lara sofria de câncer de próstata e recusara-se a passar pela quimioterapia.
Pedro descobriu a doença há dois anos. “Ele ficou muito deprimido com a doença. Não aceitou o tratamento. Nós insistimos os médicos. Mas ele não mudou de idéia e a família acabou por respeitar a decisão dele”, comentou muito emocionada a cunhada Luzia Gomes, irmã da esposa do ator, Mag de Lara.
Por causa da doença, Pedro de Lara e a família deixaram São Paulo e mudaram-se para Madureira, na zona norte do Rio. “Ele veio para se preservar, se retirar. Nos últimos tempos, ele já não falava com ninguém do mundo artístico, a não ser comigo. Mas ontem (quarta-feira) eu telefonei e ele não queria falar com ninguém. Nem mesmo com a Mag”, contou a atriz Elke Maravilha, que se referiu ao amigo como “uma das melhores pessoas do mundo”
“Ele era um homem delicado, sem conceitos ou preconceitos. Um artista da hora em que acordava até a hora em que dormia, sempre criativo, inventivo”, disse Elke. Pedro sentiu-se mal no fim da manhã. Socorrido pela mulher e os filhos foi levado para a Climede.
“Eles tentaram todos os procedimentos para ressuscitação, mas não foi possível”, contou a cunhada, Luzia.
O corpo de Pedro de Lara será velado na Câmara dos Vereadores do Rio. O enterro está previsto para amanhã às 15 horas, no Memorial do Carmo.
Carreira – Pedro Ferreira dos Santos nasceu em Bom Conselho (PE) e começou a carreira artística na década de 1960, na Rádio Rio de Janeiro. Em 1964, foi chamado para ser jurado de calouros no programa do Chacrinha, na TV Tupi. Lá, conheceu Sílvio Santos com quem trabalhou como jurado de auditório. Também interpretou o personagem Salsi Fufu, parceiro de Papai Papudo e Vovó Mafalda no programa do Bozo, nos anos 80.
Em 2003, apresentou o programa “Calouros em Delírios”, na CNT. “Aqui o povão tem chance. Aprendi a fazer assim com Chacrinha e Silvio Santos”, disse certa vez. No fim da década de 1990 publicou o Livro desabedoria, coletânea de pensamentos. Sobre a morte, escreveu: “o forte enfrenta a morte, o fraco vive correndo dela”.