Em ‘Jumanji’ (1995), duas crianças começam a jogar um misterioso jogo de tabuleiro que transpõe, para a vida real, os perigos do jogo, como morcegos em uma selva, leões ou um estouro de uma manada de elefantes. Um dos meninos desaparece por causa do jogo e só é encontrado anos depois, já adulto (e vivido pelo saudoso Robin Williams). Isso ocorre porque, passados esses anos depois, outras duas crianças encontram o tabuleiro e começam a jogar. Para que tudo dê certo e todos sobrevivam, o jogo tem que ser jogado até o fim. O filme, bizarro e divertido, tornou-se um exemplo clássico de ‘Sessão da Tarde’. Agora, ‘Jumanji’ volta à telona, numa versão século 21. O novo filme — ‘Jumanji: Bem-Vindo à Selva’ —estreia nesta quinta-feira (4) em Curitiba.

Quando o reboot de ‘Jumanji’ foi anunciado pela Sony, houve chiadeira, pelo medo de que o exemplo clássico de ‘Sessão da Tarde’ fosse estragado. Mas não. ‘Jumanji: Bem-Vindo à Selva’ mantém o clima do original: muita ação e diversão numa história levemente bizarra.

A grande sacada de ‘Jumanji: Bem-Vindo à Selva’ recai sobre a ambientação do filme. Nada de jogo de tabuleiro (quem, nessa geração millennials, ainda tem paciência para um jogo de tabuleiro?). Desta vez, Jumanji é um jogo de videogame, com o poder de transpor os jogadores ao cenário. Quando quatro adolescentes descobrem o videogame em uma casa antiga, acabam sugados à selva do jogo. E os quatro assumem o corpo dos avatares que escolheram. Para completar, os avatares não necessariamente refletem os adolescentes…

Assim, o nerd-de-carteirinha Spencer (Alex Wolff) vira o Dr. Bravestone (Dwayne Johnson), um herói cheio de músculos e com uma voz grossa. A gatinha-da-turma Bettany (Madison Iseman) toma a forma do professor Shelly Oberon (Jack Black), um cartógrafo com comportamento de adolescente mimada. O adolescente-atlético Fridge (Ser’Darius Blain) se torna o histriônico biólogo Moose Finbar (Kevin Hart). E a também-nerd Martha (Morgan Turner) assume o corpo de Ruby Roundhouse (Karen Gillan), uma espécie de Lara Croft, que no fim das contas entrega uma das cenas mais divertidas do filme. Cada um dos avatares tem habilidades especiais, que serão reveladas com o passar da aventura. 

Outra grande sacada foi não apelar para a nostalgia barata fazendo referências demais ao filme dos anos 90. ‘Jumanji: Bem Vindo à Selva’ tem vida própria e não tenta lembrar que houve um filme anterior. Fora isso, o novo ‘Jumanji’ repete a premissa do longa de 1995, colocando os quatro personagens diante de perigos diferentes a cada jogada. Há menos ligação com o livro que deu origem ao filme, escrito pelo norte-americano Chris Van Allsburg. Em contrapartida, apresenta um tom cômico mais acentuado que o filme antecessor. Jake Kasdan, o diretor (o mesmo de ‘Sex Tape – Perdido na Nuvem‘ e ‘Professora Sem Classe’), consegue equilibrar ação e humor.

Robin Williams iria gostar.