PLÍNIO FRAGA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A dupla brasileira do vôlei de praia Pedro Solberg e Evandro Jr. sofreu nesta terça-feira (9) sua segunda derrota na arena de Copacabana e está com a classificação em risco para a próxima fase da Rio-2016.
Os canadenses Chaim Schalk e Ben Saxton venceram os brasileiros por 2 a 1. Dominaram o primeiro set, fazendo 21 a 17. Os brasileiros ficaram a maior parte do tempo atrás no placar. Só conseguiram se recuperar a partir da metade do segundo set, quando reagiram e venceram por 21 a 18.
No set decisivo, o jogo chegou a ficar empatado em 14 a 14. No último ponto canadense, Evandro sacou, a bola tocou na faixa da rede e voltou para o campo brasileiro, sacramentando a derrota brasileira por 16 a 14.
“Não jogamos mal. A cabeça está forte. Temos mais uma chance de avançar para além da fase de grupos. Para nós, o que vai acontecer agora é que o mata-mata começará uma rodada antes. Cada jogo daqui por diante é isto: ganhou está dentro, perdeu está fora”, disse Pedro, filho da ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado.
A dupla brasileira precisa vencer a equipe da Letônia (Samoilovs/Smedins), considerada a favorita para terminar em primeiro no grupo.
“Desde quando o vôlei de praia tem favorito? Não tem favoritismo nem jogo fácil. Perdemos por uma bola que bateu na palha e caiu do nosso lado. Podia ter caído no lado deles e teríamos vencido”, disse Evandro. “Claro que fica mais difícil chegar à próxima fase. Mas, enquanto houver chance, vamos buscar o resultado. Temos que pensar jogo a jogo. Quem ficar pensando em medalha e medalha vai tomar ferro.”
“Jogamos uma partida contra eles no passado e vencemos. Então a chance é igual”, afirmou Pedro.
Das 24 equipes da primeira fase, passam para a segunda fase os dois times mais bem colocados de cada um dos seis grupos e os dois melhores terceiros colocados entre os demais. Os outros terceiros colocados disputam mais duas vagas na repescagem.
TORCIDA À BRASILEIRA
O canadense Chaim Schalk disse que pela primeira vez jogou sob vaias quando enfrentava a equipe da casa. “Achamos engraçado. Nunca fomos vaiados, mas rimos. Estávamos focados no jogo. Ouvi o barulho, senti a energia, mas estava preocupado com o jogo”.
Pedro e Evandro defenderam o comportamento da torcida. “Azar o deles. A gente é assim mesmo. Torce mesmo, vaia, xinga. Eu, quando estou na torcida, também sou assim”, disse Pedro.
“Em terra de voleibol quem manda é a torcida de futebol. Vai conosco até o final, vaiando, aplaudindo. Se tiver que xingar, vai xingar para dar força. É bom para a gente, é ruim para eles. Eles têm de saber lidar com isso”, concordou Evandro.
Ao final da partida, Schalk lançou uma bola autografada para a arquibancada, em ação estimulada pela organização. A bola atingiu a cabeça de uma torcedora brasileira, que chegou a cair na arquibancada em razão da força do lançamento. Um canadense então pegou a bola, mas torcedores obrigaram-no a devolvê-la à brasileira atingida.
“Peço desculpas pela bola. Todos temos de ser mais cuidadosos, mas isso acontece. Os torcedores ficam muito agitados. É normal alguma confusão, mas precisamos ter mais cuidado”, disse Schalk.