Segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística a população de Curitiba é formada por cerca de 1.751.907 habitantes. Desse total, somente 0,13% participou das audiências públicas realizadas pela Prefeitura da cidade no primeiro semestre deste ano. Apesar do momento de muitas manifestações e organizações populares, o baixo quórum nessas reuniões públicas demonstra que muitas vezes esses canais de comunicação estão sendo pouco aproveitados.
Segundo dados da Prefeitura de Curitiba, as nove audiências públicas para discutir a proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA) do primeiro semestre do ano, por exemplo, reuniram somente 2.636 pessoas. A regional com maior audiência foi a Cajuru (405 pessoas), seguida de Santa Felicidade (377) e Pinheirinho (321). Já a regional do Boa Vista foi a que reuniu o menor número de pessoas — 152.
Ainda assim, o secretário de Planejamento e Gestão da Prefeitura de Curitiba, Fábio Scatolin, considera um bom número. Considerando os números dos anos anteriores, acreditamos que está havendo uma mudança e tem aumentado a participação popular. São momentos importantes para a população falar o que quer para sua regional, diz.  O secretário ainda afirma que o mais importante é que as lideranças comunitárias, vereadores e pessoas que representam as comunidades estejam nesses encontros, o que vem acontecendo, segundo ele.
Durante o anúncio da redução da tarifa de transporte coletivo no último dia 20, o prefeito Gustavo Fruet comentou a questão da participação popular e conclamou a população para participar de reuniões públicas, como a daquelas realizadas pela comissão de avaliação da tarifa.

Resultados — Para o cientista político Ricardo Oliveira, a maioria das reuniões públicas acaba não mobilizando o interesse das pessoas pela falta de resultados práticos. Vemos que em gestões passadas faltaram muitos resultados. Desta forma, a população, que já não tem a cultura de participar, se desestimula, explica.
Oliveira acredita que a maior participação popular nos canais de comunicação e debate com os órgãos públicos vai ser construída ao longo de gerações. Temos que avançar também na questão educacional. Já estamos avançando, mas ainda há um longo caminho a ser trilhado, acredita.
Para chegar nesse ideal, o cientista política acredita que a divulgação dessas audiências tem que ser mais intensificada, inclusive pelas redes sociais, com o objetivo de despertar o interesse dos jovens.