Curitiba tem 275 propriedades rurais, distribuídas em 1.616,934 hectares, área equivalente a 3% do território da cidade ou a 11 parques do tamanho do Barigui. A produção é diversificada. Tem lavoura, pastagem, hortaliças e até piscicultura.

Os dados foram levantados pela Secretaria Municipal do Abastecimento e agrupados em um mapa dos remanescentes de zonas rurais da cidade. O mapa servirá de base para programas do município de incentivo à agricultura urbana.

Uma das propostas estudadas pela Prefeitura é a redução do Imposto Territorial e Urbano (IPTU) para as propriedades rurais produtivas. A lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo, em vigor desde 2000, acabou com a classificação de áreas rurais da cidade, estabelecendo todo o território de Curitiba como zonas urbanas.

“Mudar a lei é complicado, mas pretendemos criar mecanismos que beneficiem esses remanescentes de agricultores urbanos, que por estarem dentro do perímetro urbano,não têm acesso aos mesmos benefícios que outros agricultores familiares, como crédito rural”, diz Ortigara.

Durante um ano, técnicos da secretaria do Abastecimento percorreram a cidade registrando as propriedades rurais. Nas visitas, conferiam aspectos básicos de produção agrícola e de criação animal. É o primeiro trabalho feito desde a aprovação da lei de Zoneamento.

“A ideia de beneficiar produtores urbanos é manter as áreas rurais dentro da cidade, por questão cultural, ambiental e até mesmo porque ainda existem famílias que vivem exclusivamente da agricultura”, explica Ortigara.

A distribuição das propriedades rurais é bastante dispersa em Curitiba. Estão presente em 23 dos 75 bairros da cidade. A maior concentração é na região sul, e o Umbará, o bairro com maior número de propriedades, 38. Bairros mais próximos do Centro, como São Lourenço e Campo Comprido também preservam áreas agrícolas.