Analisando o que tenho ultimamente visto e lido fica difícil escapar a uma situação que se mostra imperativa em nossas vidas. Estou falando do clima e suas conseqüências. E, ainda bem que não se trata de nossa cidade, apesar das recentes chuvas que ultrapassam o volume habitual dos índices pluviométricos de alguns anos atrás. Porém, não podemos esquecer que Curitiba faz parte da Terra, o que representa estar sujeita às mesmas vicissitudes que a atingem. Uma ligeira atenção e se pode perceber que houve aqui também um evidente aumento na velocidade dos ventos que, por enquanto, os telhados de nossas casas estão agüentando.

Fica claro que o planeta – agredido por todos os meios e formas possíveis – está cada vez mais fragilizado e passa por um período de sensível mudança para pior. Sem contar o Haiti, os recentes terremotos acontecidos na mesma noite no Japão, com magnitude 7.7 que não trouxe maiores conseqüências e no Chile que marcou 8.8 na escala Richter com resultados inimagináveis alguns anos atrás, são condições da mobilidade crescente da crosta terrestre nestes anos mais recentes.

Levada pela curiosidade faz muitos anos – muitos mesmo! – que estudo e pesquiso uma série de autores considerados malditos pela clareza das assertivas que vêm apresentando em seus livros e que até agora foram praticamente desprezados pela ciência oficial. Assim, não é de hoje que em nossa casa o assunto da instabilidade do planeta é comentado e considerado como uma real possibilidade.

É evidente que os Alpes e os Andes não foram se levantando pouco a pouco, segundo os cientistas ortodoxos. Estas cadeias de montanhas se elevaram instantaneamente em um movimento brusco devido à reação dos impactos de corpos celestes, como os cometas que atingiram o outro lado do planeta. Isso é uma propriedade simples da Física, uma reação que responde a um golpe que, no caso, é de escala gigantesca.  O que hoje é considerado como a taxa de elevação do Monte Everest, por exemplo, é simplesmente o índice de um movimento que teve lugar instantaneamente há muito tempo e que hoje pode estar parando ou até aumentando como resultado dos mais recentes movimentos da crosta terrestre.

Do mesmo modo, ocorreu a separação entre o Brasil e a África, pois se não fosse praticamente instantânea, ambos os continentes não se encaixariam devido à erosão provocada por uma longa separação que levaria milhões de anos para acontecer.

E cadê a parte sólida que deveria cobrir um bom tanto do atual Oceano Pacífico? Se a Terra é uma esfera que gira no espaço as partes terrestres deveriam, pelas leis da Física, ser equiparadas e tanto lá como no Oceano Atlântico as quantidades de solo ou massa seriam equivalentes.
Bem, e porque tudo isso num texto de arte?

Porque não estou vendo uma arte contemporânea que responda a esses desafios ou contingências. Aliás, e não vejo nem mesmo em compartimentos da ciência, como o meio ambiente, por exemplo. Cadê as respostas ou ações efetivas para uma possível catástrofe? Onde estão as orientações – agora emergenciais – para a contenção do efeito estufa, do gás carbônico, da queima e/ou da devastação das florestas, da mortandade da flora e fauna aquática? O que dizer da mortandade de 40 toneladas, até ontem, de peixes da Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro?

Partindo de um planeta agredido sob todos os aspectos, as artes visuais não estão correspondendo à altura aos desafios que esta situação deveria provocar. Claro que há uma série de artistas que têm a ecologia como mote e suas temáticas abordam essa vertente.

Porém, ao contrário de um tempo como na Revolução Francesa em que armas foram usadas para transformar uma situação – nada acontece. E aqui não estou sugerindo o uso de armas de fogo e sim o emprego de medidas efetivas para pelo menos amenizar o quanto antes esta situação. Pois, nem mesmo a Web ou Internet com todo o alcance que em tese possuem, estão mobilizadas para essa maneira de luta pela sobrevivência.

E aos artistas cabe uma grande responsabilidade: quantas vezes a arte já mudou o mundo? É só acompanhar a história da arte que se percebe que agora é tempo de agir. Pela arte se podem alcançar resultados que vão dizer muito mais do que a mera política. Ou será que o Catastrofismo é inevitável em 2012 ou 2020 e, portanto vamos botar mais lenha na fogueira?