A Secretaria da Saúde já está organizando a campanha de prevenção da DST/Aids para a semana de Carnaval no litoral. O tema deste ano enfatiza a contaminação de jovens na faixa etária de 15 a 24 anos, mas a campanha de prevenção abrangerá toda a população. Foram encaminhados 2,6 milhões de preservativos para as 22 regionais de saúde, para que os municípios realizem ações de prevenção durante as festividades.

Atualmente o Paraná tem 25.027 casos de Aids notificados. A predominância ainda é do sexo masculino (65%) em relação ao feminino (35%). No entanto, a situação se inverteu a partir do ano de 2006 na faixa etária de 15 a 19 anos. Em quatro anos foram confirmados 24 casos do sexo masculino (31,16 %) e 53 (68,83%) casos do sexo feminino – números que mostram claramente a feminização da epidemia.

A região de Paranaguá foi a que apresentou maior incidência em 2010 – 30,52 casos/100 mil habitantes; seguida pela região de Foz do Iguaçu, com 16,71/100 mil habitantes; e pela região metropolitana de Curitiba, com 11,83/100 mil habitantes.

Daremos enfoque especial às meninas/mulheres porque a geração atual de garotas vive realidade diferente da geração passada. A pureza não significa mais se manter virgem e ser livre não significa ser vulgar. Além do que o sexo é totalmente aceito em todas as suas formas e condições, afirma a coordenadora do Programa Estadual de controle de DST/Aids, Kathia Adriana Moreira.

Segundo ela, com a nova geração os conceitos mudaram. A camisinha ainda é importante, mas não é considerada essencial, porque o maior medo das jovens é engravidar, e não contrair o vírus HIV. Hoje a Aids ocupa um lugar secundário na lista de preocupações. A falta de exemplos emblemáticos do cotidiano e de ídolos portadores do vírus ou doentes de Aids fez com o vírus ficasse invisível, ressalta a coordenadora.

O hábito de usar camisinha precisa ser incorporado de forma coletiva. É necessário resgatar o uso da camisinha, pois para as meninas/mulheres não existe tabu em carregar o preservativo na bolsa. Elas não se sentem desconfortáveis com isso. No entanto, o uso da camisinha não está incorporado à vida cotidiana, enfatiza Kathia.

Após o carnaval, o Ministério da Saúde fará uma mobilização para realizar teste de HIV para quem não usou a camisinha durante o carnaval ou em qualquer relação sem o preservativo.