A Caixa Cultural Curitiba apresenta o lançamento do livro Mínimos, de Hélio Leites, no dia 27 de abril (quarta-feira). A obra reúne os trabalhos do artista, que criam emoções através de materiais como botões e latas, expondo a sua criatividade e o seu bom humor. A obra conta história de Leites e histórias de personagens fictícios ou reais, que circundam sua trajetória.

Hélio Leites é poeta, performer e bottom-maker. Trabalha com objetos como caixinhas de fósforo, botões, rolhas, latas, madeira e restos de material entalhado, que em suas mãos são transformados em personagens que contam histórias, prendendo a atenção de crianças e adultos.

As criações expõem sentimentos, ensinam literatura, discutem valores, educam, emocionam e criam laços entre as pessoas, por meio de objetos feitos a partir de lixo. É possível conhecer a história da humanidade nos botões pendurados, chamados carinhosamente por Leites de “parangohélicos” – termo que se refere aos parangolés criados pelo artista plástico brasileiro Hélio Oiticica, na década de 1960. Em um dos espetáculos manipula bonequinhos que ficam na aba do seu boné e contam, por exemplo, a história do descobrimento do Brasil.

 Comecei a trabalhar com esses materiais no dia em que eu descobri o que havia sobrado pra mim. Mas sempre tive interesse por esse ‘lixo’. Com mais ou menos sete anos, eu olhava o cabo da vassoura e pensava em uma sereia. Foi meu primeiro boneco, relembra o artista.  Todas as suas obras possuem nomes e, principalmente, uma história. Sermão aos peixes, Nossa Senhora da Luz dentro da caixa de fósforo e Finalizador de TPM, são alguns dos trabalhos mais vendidos. Já Canonização de Santa Helena Kolody, Sócrates, Duas mortes de São Sebastião e Auto de Natal são invendáveis e vão compor um novo projeto de Leites: uma galeria ambulante com peças que o artista não vende, prestando assim uma homenagem a memória do artesão.

A galeria ambulante é o segundo projeto do artista no estilo. Em 1984, Leites fundou o Museu Casa do Botão, sediado na capital paranaense, mas sem prédio fixo. O museu é portátil e cabe em uma mala, acompanhando o artista pelos diversos cantos do país e está todo domingo na Feirinha do Largo da Ordem em Curitiba, no setor histórico.

A obra de Leites não é estática, vai a escolas, praças, feiras e muitos outros lugares. É munida de um enorme potencial educativo, suscitando idéias e reflexões que vão desde a literatura, ecologia, até conceitos do esporte, tudo através da arte e da história do artista.  Mínimos retrata, nas palavras de Leites, a história de um artesão lutando com caixinhas de fósforo, palitos de sorvete e outras miudezas, tentando consertar o jeito do mundo se enxergar e se aceitar.

SERVIÇO

Local: Caixa Cultural Curitiba

Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280

Data e horário: de 27 de abril (quarta-feira) às 19h

Ingressos: Entrada franca.