Nomes consagrados, nomes novos, jovens encenadores que se consolidam no cenário… Um total de 2 mil artistas. Grade diversificada, movimentação intensa em 75 espaços da cidade, um sem-número de apresentações de rua, espetáculos gratuitos, mostras, eventos paralelos… Público geral de aproximadamente 180 mil pessoas.
Maior evento das artes cênicas brasileiras, o 21º Festival de Teatro de Curitiba chega ao fim neste domingo, dia 08, com balanço positivo e de olho em 2013. Antes de começar o festival sempre me perguntam qual é a novidade do ano. Sempre respondo que a novidade é o fazer de novo, diz Leandro Knopfholz, criador e diretor-geral do evento. E, quando termina, uma das coisas mais importantes que temos é a certeza de fazer a próxima edição no ano que vem.
Leandro não gosta de comparações com outros eventos. Mas destaca a longevidade e a frequência do festival que produz, realizado ininterruptamente desde que foi criado. Conseguimos atingir uma maturidade de estrutura e organização, afirma. Ficamos no top 5 de eventos mais longevos do Brasil. Para 2013, ele adianta que vai continuar intensificando a abrangência nacional da mostra.
Desde sua primeira edição, o objetivo principal continua o mesmo: proporcionar um retrato fiel da cena teatral brasileira. Essa vitrine trouxe a Curitiba este ano 29 espetáculos na Mostra principal, sendo oito estreias nacionais, de seis estados (SP, PR, RJ, MG, PE e BA) — além de uma peça internacional, a premiada Los Pájaros Muertos, do grupo espanho La Veronal, que abriu o festival. O Fringe teve este ano 340 peças encenadas (60 delas de graça), oriundas de 19 estados e do Distrito Federal.
O público compareceu em grande número aos teatros. Pelo menos sete espetáculos da Mostra tiveram ingressos esgotados antes do dia da apresentação (três deles abriram sessões extras). As sessões do Risorama (mostra de humor) lotaram todos os seis dias e também tiveram sessões extras diárias.
O sucesso de público veio em grande parte acompanhado do de crítica. Sete montagens apresentadas em Curitiba foram agraciadas no Prêmio Shell 2012, o mais importante do país na área, divulgado poucos dias antes da abertura do Festival. As premiações ocorreram nas categorias de melhor diretor (Christiane Jatahy, por Julia, e Nelson Baskerville, por Luis Antonio-Gabriela), ator (Rodrigo Bolzan, por Oxigênio), atriz (Dani Barros, por Estamira), autor (Rodrigo Nogueira, por Obituário Ideal, e Leonardo Moura, por O Jardim), cenário (Marisa Bentivegna, por O Jardim) e figurino (Joana Porto, por O Idiota).
Montagens que estrearam em Curitiba ganharam boa críticas, como foi o caso de De Verdade e Isso te Interessa?, de Marcio Abreu, e Licht+Licht, de Caetano Vilela (Cia. de Ópera Seca), para ficar em três exemplos.
A grande vitrine trouxe ainda à cidade trabalho de diretores como Gerald Thomas, Gabriel Vilela, Christiane Jatahy, José Wilker, Jô Soares, Lázaro Ramos, e atores como Eduardo Moscovis, Francisco Cuoco, Vera Holtz, Camila Morgado, Leonardo Miggiorin, Guta Stresser, Edson Celulari.
Na mostra Fringe, diversos autores conseguiram destaque para suas montagens. Como foi o caso de Memórias Encarceradas, cujas sessões no presídio do Ahú lotaram. Ou ainda a atriz e diretora Daniele Madrid, que dia a dia apresentou seu espetáculo De La Murcía para um espectador de cada vez. São apenas dois exemplos da riqueza proporcionada pelas centenas de peças encenadas na mostra paralela.
Segundo Leandro, o Fringe segue um caminho natural de valorização e de criar oportunidade de projeção para novos espetáculos.