Qual é a melhor idade para começar a aprender uma nova língua? Antes dos 4 anos? Dos 2 anos? As escolas de idiomas oferecem o ensino de inglês a partir dos 2 anos de idade, mas há quem questione a validade da iniciativa e, principalmente, se vale a pena matricular tão cedo uma criança na escola ou se é melhor começar apenas na adolescência. Além da economia, uma vez que a mensalidade de um curso de inglês não sai por menos de R$ 280, o aprendizado realmente o ocorre ou é apenas uma enganação?
Para a professora Mariza Riva de Almeida, coordenadora da área de inglês do Curso de Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da área de inglês do Centro de Línguas e Intertculturalidade da UFPR, cada situação de aprendizagem é única. Não resta dúvida de que as crianças possuem uma prontidão para aprender línguas estrangeiras desde muito cedo. Entretanto, é preciso analisar o contexto em que esta aprendizagem irá ocorrer. Neste sentido, não há receita única — cada situação levará ao estabelecimento da idade em que se quer começar a exposição à língua estrangeira, o tempo de que se dispõe, os resultados esperados, diz.

A coordenadora pedagógica da Escola Teddy Bear, Isabel Correia, defende o ensino a partir dos 2 anos. Ela conta que quanto mais cedo, melhor será a qualidade do idioma falado, uma vez que a plasticidade do cérebro é enorme. Ela tem maior percepção da pronuncia das vogais curtas e longas, dos sons como o th e, por isso, mais facilidade na aprendizagem sem sotaque, conta. As crianças aprendem o idioma nas tarefas realizadas no dia a dia, como por exemplo, na montagem de um quebra-cabeça e em atividades curtas, de no máximo 15 minutos.

Outra escola que oferece o ensino de inglês para crianças, mas a partir dos 4 anos, é o grupo  Fisk, detentor da Escola PBF, conhecida pelo ensino de idiomas às crianças. A primeira série que desenvolveu foi a Pink and Blue, para crianças, e, com a incorporação à Fisk em 1983, deu continuidade ao desenvolvimento da série Freedom, para alunos pré-adolescentes e adolescentes. Como não trabalhamos com uma metodologia pura, sempre aproveitamos o que existe de funcional em cada uma, para que possamos desenvolver nosso próprio método e assim falar a mesma língua de nossos alunos, tornando o idioma significativo e relevante para eles, explica Elvio Peralta, diretor superintendente da Fundação Fisk.
Para a professora Mariza, os pais devem antes de escolher a escola, ficarem atentos aos interesses da criança. Não adianta querer fazer a criança aprender algo pelo qual ela não tem interesse. Não podemos esquecer que faz parte do ser criança o brincar e ela é um individuo com interesses pessoais que devem ser respeitados, finaliza.