Além de iniciar uma mobilização percorrendo todo o Paraguai para lutar contra no novo governo, o presidente destituído Fernando Lugo deve apelar à Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão ligado à Organizações dos Estados Americanos (OEA), contra o processo de impeachment que o removeu da Presidência em menos de dois dias.
A Corte Suprema do Paraguai já rejeitou duas ações movidas pelo ex-presidente. Integrantes do Paraguai Resiste, que organiza a mobilização nacional, acusaram setores golpistas de promover a desinformação e dizem que o governo de Federico Franco será responsável por possíveis sanções econômicas ao Paraguai de organismos internacionais como a Unasul, o Mercosul e a OEA.
De acordo com eles, Lugo deve percorrer vários estados a partir da próxima segunda-feira para dar a versão dele da situação do país e participar de manifestações pacíficas.
Sobre a ação a ser movida na Corte Interamericana de Direitos Humanos, um dos assessores jurídicos de Lugo informou que a representação questionará novamente o fato de o ex-presidente não ter tido tempo suficiente para fazer sua defesa.
Em todo mundo os processos garantem o direito à defesa, disse o advogado Emílio Gamacho nesta quarta-feira (27) após se reunir com o ex-presidente.
Lugo teve duas ações rechaçadas pela Suprema Corte paraguaia. Um deles pedindo mais tempo que as duas horas dadas para sua defesa no dia do julgamento político no Senado e um segundo questionando a constitucionalidade do impeachment.