Síria — O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem que Washington reconsideraria sua oposição ao envolvimento militar na guerra civil da Síria, se o presidente sírio Bashar Assad fizer uso de armas químicas e biológicas. Obama disse que o uso dessas armas, da parte de Assad, seria cruzar uma linha vermelha para os EUA Enquanto isso, na Síria, os combates prosseguiram nesta segunda-feira e deixaram mais de 100 pessoas mortas, disseram grupos da oposição e de ativistas. A Força Aérea da Síria bombardeou com caças bairros em Alepo e Damasco e tanques dispararam contra a cidade de Deraa, no sul do país. A violência teve uma escalada dramática nesta segunda-feira após um dia de calma no domingo, quando os muçulmanos, tanto sunitas quanto xiitas, comemoravam o começo do Eid al-Fitr, feriado de três dias que marca o fim do mês do Ramadã. Isso não inclui apenas a Síria. Preocuparia nossos aliados na região, incluído Israel, e também nos preocuparia, disse Obama.

Greve
África do Sul — Os mineiros em greve em uma mina de platina na África do Sul mantinham o tom de desafio ontem, quatro dias depois de 34 colegas terem sido assassinados na repressão da polícia ao movimento grevista. Ao mesmo tempo, esposas, irmãs e mães dos mineiros procuravam desesperadamente por seus entes queridos, a maior parte delas ainda sem saber se eles morreram, ficaram feridos ou foram presos durante a ação policial. Mais da metade dos trabalhadores permaneciam de braços cruzados hoje em Marikana, 70 quilômetros a noroeste de Johannesburgo. A situação levou a mineradora Lonmin a prorrogar por 24 horas um ultimato feito no fim de semana para que os grevistas retornassem a seus postos. Segundo a empresa, os mineiros que não se apresentarem para trabalhar até amanhã serão demitidos.

Asilo
Equador — O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, afirmou ontem que o governo de seu país está aberto a negociações com o Reino Unido em relação ao futuro do jornalista australiano Julian Assange, fundador e editor-chefe do site dedicado ao vazamento de informações secretas WikiLeaks. Ao mesmo tempo, o Departamento de Estado norte-americano disse que Assange faz declarações ensandecidas sobre a suposta perseguição que sofreria da parte do governo dos Estados Unidos, para desviar a atenção das acusações de estupro que sofre na Suécia. Nós preferimos continuar trabalhando nas negociações com a Grã-Bretanha, disse Patiño à emissora equatoriana de televisão Gama.

Fora do páreo
Paraguai — O presidente paraguaio deposto Fernando Lugo descartou ontem a possibilidade de concorrer novamente ao cargo nas eleições marcadas para abril do ano que vem, disse um porta-voz da coalizão de esquerda Frente Ampla. Abrimos sem sucesso um espaço para o debate sobre se a nova candidatura de Lugo é pertinente ou não, se é possível ou não. O próprio ex-presidente deixou de lado o desejo de encabeçar nossa campanha eleitoral, declarou Ricardo Canese à Associated Press. Além de Lugo não desejar concorrer, uma cláusula constitucional proíbe a reeleição no Paraguai, o que inviabilizaria eventuais pretensões.

Eleição
Estados Unidos — Os republicanos vão se reunir daqui a uma semana, na Convenção Nacional do partido, para nomear Mitt Romney como o candidato da legenda à presidência dos EUA.  Até lá, Romney e seu parceiro de chapa, o deputado por Wisconsin Paul Ryan, têm de se preparar para o evento ao mesmo tempo em que trocam farpas com o presidente Barack Obama. Nos últimos dias, eles aumentaram as críticas à reforma da saúde proposta por Obama, enquanto o presidente segue pressionando Romney a divulgar suas declarações de imposto de renda anteriores a 2010. Em vista da Convenção Nacional Republicana, o jornal The New York Times montou uma lista de tarefas a ser cumprida pelos representantes do Partido Republicano até o evento em Tampa, na Flórida, entre os dias 27 e 30.

Condenada
China — Gu Kailai, a esposa de Bo Xilai, um ex-dirigente do Partido Comunista da China que caiu em desgraça, foi condenada à morte ontem pelo assassinato do consultor e empresário britânico Neil Heywood. A sentença deverá ser comutada para a de prisão perpétua e as autoridades chinesas tentam abafar o escândalo antes do encontro do PC chinês que definirá o futuro da liderança política do país em uma década. O encontro ocorrerá mais para o final do ano. A sentença a Gu Kailai também abre o caminho para o partido lidar com seu marido, Bo, que foi um dos políticos mais importantes no governo chinês antes de perder seu posto no Politburo com o escândalo. Bo não foi diretamente implicado na morte de Heywood, mas é acusado de quebras graves na disciplina partidária do PC chinês. Ele continua sob investigação.

Posse
Somália — Quase todos os novos membros do Parlamento da Somália foram empossados ontem, mas não realizarão agora nenhuma votação para a escolha de um presidente para o país africano. A posse do Parlamento coincide com o fim formal do mandato de uma missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na Somália e havia a expectativa de que os legisladores somalis elegeriam imediatamente um presidente. A eleição presidencial não acontecerá hoje (ontem), disse o deputado Aweys Qarni.