A Polícia Militar do Paraná aderiu, ontem, à campanha Conte até 10, lançada pelo Ministério Público para diminuir a violência. A intenção é reduzir agressões, que levam até a homicídios, e fazer com que o cidadão reflita antes de qualquer conflito. A adesão à campanha ocorreu no quartel da PM em Curitiba e teve a participação do secretário da Segurança, Cid Vasques, e do promotor de Justiça e coordenador do projeto, Paulo Markowicz de Lima
Criada pelo Conselho Nacional do Ministério Público e pela Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública, a campanha, antes direcionada ao trânsito, tem agora um objetivo maior: prevenir confrontos em qualquer situação. O secretário Cid Marcus Vasques disse que os policiais também devem estar especialmente engajados. Confiamos também na doutrina de polícia comunitária disseminada pela PM. É uma visão que respeita os direitos humanos, afirmou.
O comandante-geral da PM, coronel Roberson Luiz Bondaruk, afirmou que muitas agressões poderiam ser evitadas caso houvesse uma reflexão antes. Buscamos a prevenção de problemas e não só a solução depois que eles acontecem, afirmou.
O subcomandante da PM e coordenador das UPS no Paraná ressaltou que a Polícia Militar deve ser protagonista em direitos humanos. Por isso, ficamos muito satisfeitos de participar e de sermos multiplicadores da campanha, disse o coronel César Alberto Souza.

A adesão acontece no mesmo momento em que o comando da PM faz uma reflexão sobre a formação dos policiais. Nas últimas semanas, casos sucessivos de excesso durante a ação policial chamou a atenção pública. Os casos que tiveram maior repercussão foram a do policial que agiu energicamente contra uma torcedora do Coritiba, que teria gravado imagens de agressão dos policiais contra outros torcedores. A imagem gravada por outra torcedora mostra a cena em que a garota, mesmo imobilizada, tem a cabeça forçada contra uma porta de metal.
E há quase dez dias, uma outra ação também gravada por populares mostrava policiais agredindo uma família no Bairro Alto. O comando da Polícia Militar abriu inquéritos administrativos para apurar as responsabilidades, mas o próprio governador Beto Richa criticou a ação policial que circularam em imagens na internet, e pediu rigor na apuração dos casos e punição aos responsáveis.