Um jornal local de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, divulgou que a Secretaria de Saúde do município está investigando um possível surto de leptospirose na cidade. Três adolescentes morreram em razão da doença. Luiz Fernando Ferreira de Souza, 16 anos, faleceu no último dia 2 no Jardim Tropical; uma menina de 12 anos morreu no último dia 26 de fevereiro no bairro Rivabem II e o primo dela morreu no mês de dezembro. Em 2012, foram notificados 17 casos de suspeita de Leptospirose, sendo seis confirmados e nenhuma morte. Este ano, em menos de três meses foram 15 notificações e seis casos confirmados.

Segundo a mãe de Luiz, Cláudia Ferreira, o filho deu entrada no Hospital Nossa Senhora do Rocio em 20 de novembro, já que estava com febre alta e dor forte na cabeça. Ele ficou internado porque suspeitavam de meningite e precisava ficar em observação e passar por exames. Ele começou a piorar e sentia muita falta de ar, quando às 15 horas do dia 22, foi levado à UTI devido a uma infecção generalizada. De lá meu filho só saiu morto, dentro de um caixão, lamenta a mãe. Segundo Claudia, os médicos passaram a tratar o problema dele como Leptospirose, tuberculose e H1N1.

De acordo com diretor técnico da Secretaria de Saúde à Folha de Campo Largo, Kengi Itinose, o diagnóstico da Leptospirose não é específico e pode ser confundido com uma Gripe, Virose, Gastrointerite ou outra. Entre 10% a 20% dos casos acontece a chamada Forma Bifásica em que os sintomas podem ser confundidos nos primeiros dias. Há uma aparente melhora e depois vem na forma grave com alta letalidade, o que pode ter ocorrido com a jovem de 12 anos, que foi atendida e medicada em dois momentos e, no terceiro momento, foi internada.

Na fase grave, a doença evolui rapidamente e em 24/48 horas há a falência de órgãos que leva à morte. Na casa dessa jovem a Vigilância identificou área de risco no entorno, ou seja, lixo que é um atrativo aos ratos.
Os sintomas mais frequentes da doença são: febre alta de início súbito, forte dores de cabeça, dores musculares generalizadas, principalmente na panturrilha (região posterior da perna), dorso e abdome, perda de apetite e vômitos. Cerca de 30% dos casos podem apresentar vermelhidão nos olhos que pode ser um sinal característico. Outros sintomas que podem surgir são diarreia, tosse seca e icterícia (olhos amarelados).