A hipertensão é considerada uma doença silenciosa devido à dificuldade que as pessoas têm em identificar o problema. Na maioria dos casos a doença é assintomática e ainda não existe um sintoma típico que possa servir de alarme.

De acordo com o clínico geral e fisiologista do exercício João Pinheiro (CRM-SP 74.184), é um erro muito comum entre os pacientes acreditar que sintomas como dor de cabeça, cansaço, dor no pescoço, nos olhos ou sensação de peso nas pernas estão associados à hipertensão. Independente se a pessoa é hipertensa ou não, é importante medir a pressão arterial com frequência para evitar aquela falsa impressão que ela está controlada, explica.

É preciso ficar atento aos fatores de risco. Situações que geram stress, consumo exagerado de bebidas alcoólicas, cigarro e sedentarismo podem alterar a pressão arterial. Para o paciente ser diagnosticado com a doença, são necessárias de três a seis aferições elevadas, realizadas em dias diferentes, com um intervalo maior que um mês entre a primeira e a última aferição. Será considerado hipertenso o paciente que apresentar a pressão arterial elevada frequentemente e durante vários períodos do dia, revela o médico.

Com que frequência deve-se medir a pressão arterial?

O ideal é medir pelo menos uma vez a cada um ou dois anos. Caso o paciente seja obeso, fumante, diabético ou se tiver histórico familiar de hipertensão arterial, a pressão deve ser medida com uma frequência maior, cerca de duas vezes por ano. As pessoas que já sabem que têm a doença devem medir a pressão arterial uma vez por semana para controlar a hipertensão.

Medindo a sua pressão

A pressão arterial pode ser medida no consultório médico, farmácia e até em casa. Em geral, ela é medida com um aparelho chamado esfigmomanômetro, que consiste de um revestimento para o braço, um mostrador, uma bomba e uma válvula. A pressão arterial deve ser medida de duas formas: sistólica e distólica. A sistólica é a pressão exercida nas artérias durante os batimentos cardíacos, enquanto a distólica é a pressão feita nos intervalos entre as batidas. Lembrando que a pressão sanguínea é medida em milímetros de mercúrio (mm Hg) e escrita sempre com a pressão sistólica antes da diastólica, por exemplo, 120/80 mm Hg ou 120 por 80, destaca João Pinheiro.
Medir a pressão sanguínea é um procedimento simples, mas que merece alguns cuidados para assegurar a leitura correta.
• Encontre um lugar tranquilo e confortável. O braço deve ficar relaxado na altura do coração
• Depois apoie o antebraço numa mesa com a palma da mão para cima e cheque a pulsação pressionando o dedo indicador e médio no centro do braço, no lado contrário do cotovelo
• Ajuste a almofada no braço e coloque a cabeça do estetoscópio acima da artéria do braço
• Logo em seguida, infle a almofada apertando a bomba com sua mão direita. Continue inflando a almofada até o monitor ler 30 pontos (mm Hg) acima da pressão sistólica esperada. Nesse ponto, você poderá ouvir seu pulso no estetoscópio
• Fique atenta ao monitor e ouça cuidadosamente a primeira pulsação, que é a pressão sistólica. Anote o que você vê no monitor
• Depois continue a soltar a almofada e ouça até o som desaparecer. Quando ele sumir, você terá a pressão diastólica
• Para fazer uma próxima medição, espere pelo menos um minuto
A pressão que está em 140/90 ou mais é considerada alta. Dependendo da idade, condições do coração, medicamentos, emoção e atividade, a pressão pode aumentar ou baixar, alerta Pinheiro.
Hipertensão não é doença de velhos

Os hábitos das novas gerações e a pouca preocupação com a qualidade de vida são alguns dos fatores que contribuem para o aumento da hipertensão em jovens. Dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) revelam que jovens entre 20 e 35 anos de idade têm apresentado cada vez mais a doença.
 
Para preveni-la é preciso manter um estilo de vida saudável, praticar exercícios físicos, abandonar o cigarro e evitar beber bebidas alcoólicas. É importante que desde criança os pais incentivem a manter uma vida saudável, longe do sedentarismo e dos fatores de risco da doença, aconselha o médico.

Além de obter hábitos mais saudáveis, é importante fazer um acompanhamento médico regular. Caso a pressão arterial esteja elevada, procure um atendimento médico o mais rápido possível para tratar a doença.