O balanço oficial da Polícia Militar de São Paulo sobre o protesto desta quinta-feira (13) no centro da cidade e na avenida Paulista aponta números menores ao anteriormente divulgados. Segundo a PM paulista, apenas 12 pessoas teriam ficado feridas na ação e todas as vítimas, eram policiais militares.
Os números da corporação não registraram civis feridos –apesar de a repressão nas ruas ter sido feita à base de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha que, segundo relato de testemunhas e jornalistas dos portais de notícias e vários outros veículos de imprensa, deixaram diversos manifestantes e transeuntes feridos.
O número de detidos divulgado pela PM hoje –222 — também é menor que o divulgado ontem, 235. Não foi informado o motivo da disparidade nos números.
Só o MPL (Movimento Passe Livre), que convocou a quarta passeata contra o reajuste da tarifa do transporte coletivo, contabilizou ao menos 105 feridos durante o confronto –50 na avenida Paulista e 50 na rua da Consolação, onde a Tropa de Choque reagiu à tentativa da passeata em subir a via rumo à avenida.
Entre os civis feridos estão jornalistas e moradores da região da avenida Paulista, além de clientes de um bar próximo ao Masp (Museu de Arte de São Paulo) e até uma idosa de 67 anos que deixava uma igreja no centro durante o ato.
Jornalista — A repórtes da Folha de São Paulo, Giuliana Vallone, ferida no olho por uma bala de borracha disparada pela polícia durante os protestos de quinta-feira (13), disse nesta sexta-feira (14) que seu globo ocular não sofreu danos e que ela já consegue enxergar com o olho afetado.
“Vi o policial mirar em mim e em meu colega e atirar na minha cara”, escreveu ela em seu perfil no Facebook.
Ao contar como se feriu, a jornalista disse que estava fora do principal palco de confrontos. “Já tinha saído da (rua) Consolação, onde já havia sido ameaçada por um policial por estar filmando a violência.” Giuliana diz que estava na rua Augusta, onde havia poucos manifestantes, e com identificação da “Folha” quando foi atingida.
Já o fotógrafo Sérgio Silva, da Agência Futura Press, também foi atingido por uma bala de borracha no olho e corre o risco de perder a visão. Ele está internado no Hospital Nove de Julho.