De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) a asma atinge mais de 22 milhões de brasileiros. Embora seja uma doença tratável – com medicamento oferecido gratuitamente na rede pública – a doença ainda mata cerca de 2,5 mil pessoas por ano, de acordo com o Ministério da Saúde

Ainda segundo a SBTP, o número de asmáticos aumenta a cada ano.Se não for devidamente controlada, a asma pode interferir em toda função pulmonar do indivíduo, levando a infecções pulmonares e pneumonia, ressalta o pneumologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, João Adriano de Barros.

O inverno é um período favorável para desencadear a doença. A estação fria e o ar seco transformam-se em mecanismo irritante das vias aéreas o que pode propiciar crises de asma. A asma é uma inflamação aguda das vias aéreas, que causa o fechamento dos brônquios, levando a dificuldades respiratórias, explica João Adriano. Além do clima, a predisposição genética, a poeira e ácaro também são fatores que levam ao processo inflamatório.

A doença propicia também o aparecimento de refluxo do estômago para o esôfago e pode gerar alterações crônicas brônquicas como bronquiectasias (brônquios dilatados e deformados) e bronquite irreversível. Se não for adequadamente tratada, além das frequentes ida ao pronto-socorro e internações, a asma pode levar à morte, enfatiza o pneumologista.

Sintomas e tratamento

Os sintomas da doença podem surgir em qualquer fase da vida. O mais comum é aparecerem na infância, porém podem ocorrer muito tempo depois. Há pacientes que começam a ter crises quando são idosos, conta o pneumologista. É importante ressaltar que há pessoas alérgicas que não desenvolvem o problema. A manifestação da alergia é variável. Podemos dizer que a maioria dos pacientes com asma são alérgicos, porém nem todo alérgico tem ou terá asma, informa Dr. João Adriano.

O diagnóstico da doença é feito por consulta médica, testes físicos e pela espirometria, exame que mede a função pulmonar. O tratamento é realizado com o uso de medicamentos anti-inflamatórios e preventivos e de medicamentos inalados, que, segundo o pneumologista, costumam ser mais eficazes.
Uma boa educação sobre a doença também é necessária. Não adianta agir como se ela não existisse. Usar os medicamentos indicados diariamente, retirar todos os fatores agravantes da asma (tapete, cortina, livros no quarto, bichos de pelúcia, etc.) e aliar esses cuidados com exercícios físicos, controle do peso e de estresse emocional é essencial para um bom controle da doença, ensina.

A asma costuma afetar muito a qualidade de vida do paciente, por isso, o seu controle e dedicação no tratamento são tão importantes. Alterações no sono, em suas atividades físicas e de lazer são comuns quando o tratamento não é adequado, salienta o médico.