Em cinco anos, o trânsito de Curitiba poderá ser tão caótico quanto o de grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, caso a frota de carros mantenha o crescimento atual e nenhuma medida seja tomada agora para melhorar o sistema viário da cidade.  O alerta é do presidente do Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia do Paraná (Sinaeco-PR), Carlos Valério Rocha, que participa a partir de hoje do Seminário Olho no Futuro: Como estará Curitiba daqui 25 anos?, no hotel Pestana, em Curitiba.
A frota de Curitiba cresceu 91,7% entre 2001 e 2011, segundo o estudo Metrópoles em Números, do Observatório das Metrópoles. E para suportar tamanha progressão, é preciso palnejamento. É importante lembrar que este tipo de planejamento é um trabalho que leva pelo menos dois anos uma vez que são necessários levantamento a campo da situação e avaliação das alternativas propostas, explica o Rocha.
O Sinaeco realizou uma pesquisa que apontou que para 85% dos entrevistados os problemas relacionados à mobilidade urbana são os que causam maior impacto na vida da população curitibana — que somada à Região Metropolitana constituída por 29 municípios, passa de 3,2 milhões de habitantes. Para Rocha, os números não representam uma surpresa, mas revelam que as autoridades públicas devem buscar soluções para que no médio prazo a cidade não entre em um colapso.

É urgente tirar do estágio de promessa e passar para o desenvolvimento do projeto e posterior execução o metrô de Curitiba, que deverá interligar, em seus 22 km de extensão, as regiões mais populosas da cidade, exemplifica. O Seminário pretende discutir essas soluções e outras para melhorar a mobilidade n as ruas de toda a região. Rocha lembra que o projeto do metrô vem sendo adiado por duas décadas.
Linha Verde — Para o presidente do Sinaenco PR, também é preciso um olhar isento e com objetividade técnico-urbanística na análise dos pontos da cidade nos quais a construção de pontes, passarelas e viadutos — soluções vistas com reservas por diversos urbanistas e planejadores curitibanos — representaria desafogo para pontos de saturação do trânsito, como os da Linha Verde Sul.
É imprescindível o estudo e o desenvolvimento de projetos para a ampliação e construção de novo anel viário de contorno da cidade, pois o atual já dá mostras claras de saturação, visando a tirar o transporte de cargas do perímetro urbano ressalta o engenheiro.