Você pode até não gostar deles ou simplesmente preferir outra banda de heavy metal. Contudo, é inquestionável a qualidade do som e do show da banda britânica Iron Maiden, que esteve nesta terça-feira (24) em Curitiba, onde fizeram uma apresentação no Bio Parque, que contou ainda com as participações da banda sueca Ghost e o americano Slayer.

A noite inesquecível para os metaleiros começou com a missa macabra do Ghost. O show, com duração de 40 minutos, não fui suficiente para animar o público – embora a recepção tenha sido bem menos agressiva da vista no Rock In Rio. Havia, inclusive, quem foi ao evento apenas para ver os suecos se apresentarem – é claro, um número ínfimo de fãs, comparado à horda de fãs dos outros dois grupos.

A cada intervalo de música, os fãs clamavam pelo Slayer, que subiria ao palco, como previsto, às 19h30. A banda, fundada pelos guitarristas Jeff Hanneman e Kerry King, se apresentou por cerca de uma hora e levou os fãs ao delírio com sucessos como Raining Blood. Os headbangers, inclusive, aproveitaram o embalo furioso do thrash metal para fazer os famosos mosh – uma espécie de dança onde as pessoas ficam se puxando, empurrando e até mesmo colidindo.

Durante o show, uma homenagem mais do que merecida a Hanneman, que morreu em maio deste ano, com 49 anos, após sofrer uma insuficiência hepática. Nos telões apareceu uma logo parecida com a da marca de cervejas Heineken, com o sobrenome do ex-guitarrista e as inscrições Still Reigning (ainda reinando).

Um pouco depois das 21 horas, o show mais esperado da noite. Após fechar o Rock In Rio no domingo (22), o Iron Maiden se apresentou por cerca de duas horas no Bio Parque, cantando clássicos como Fear of The Dark, Two Minutes To Midnight e 666 The Number of The Beast. Provavelmente cansado por conta dos shows seguidos da turnê Maiden England (além do show no Rock In Rio, o grupo se apresentou no dia 20 em São Paulo, no Anhembi), Bruce Dickinson teve de cantar num tom mais baixo. E reclamou diversas vezes do frio (a cada pausa entre as músicas, vestia algo novo para tentar se esquentar – além, é claro, de trocar constantemente de roupa por conta da ‘atuação’ no palco), sempre agradecendo ao público por ir vê-los mesmo com a baixa temperatura.

Nem mesmo o cansaço dos músicos ou a baixa temperatura poderia estragar a noite. Os fãs puderam ficar duas horas perto de seus ídolos e cantaram junto até a última música da noite, Steve Harris e Dave Murray, como sempre, cativantes. O baterista Nicko McBrain, escondido atrás de seu instrumento de trabalho durante toda a apresentação, também mostrou toda a sua simpatia no fim do show.

Encerrada a apresentação, hora da comoção. Como crianças, os cabeludos pulavam de alegria, os amigos se abraçavam, cumprimentavam. Haviam realizado um sonho. Uma noite, certamente, para se recordar.