São Paulo, 16 (AE) – Na adolescência, a vida social vai ficando mais interessante. Namoros, baladas, uma certa liberdade a possibilidade de ficar mais fora de casa, de sair mais sozinho. E aí fica difícil concorrer com escola, estudo e prova. A vida escolar, que até então era um importante veículo para inserir a garotada na sociedade, cai em importância e cresce em implicância. Mas será que existe um jeito de fazer o adolescente estudar? “Você quer um milagre… o papa tá vindo aí… é com ele que você tem de falar”, brinca a educadora Maria Irene Maluf para mandar um recado bem sério: não existe fórmula mágica.

“Aprender é um ato de metacognição. A pessoa aprende sozinha, ninguém te ensina nada. Há falhas na estrutura do ensino, na maior parte das escolas, os conteúdos são apresentados sem que se faça uma conexão com a vida real”, avalia. Ou seja: a melhor maneira de incentivar o aprendizado é mostrar ao jovem para que serve, na prática, o que ele está estudando. “Ficar aprendendo equação de segundo grau só para passar no vestibular não incentiva ninguém, e hoje, na adolescência, ninguém engole sapo. Se o jovem percebe que aquilo é inútil, não vai se interessar mesmo”, alerta.

Grácia Lopes Lima, professora e consultora em educação e comunicação, coordenadora do Gens e do programa “Cala a Boca Já Morreu”, engrossa o coro. “O grande problema que leva as pessoas a não gostarem de estudar é não haver conexão entre os conteúdos escolares e a vida. Além disso, quem manda estudar nem sempre é estudioso, quem manda escrever não é escritor, quem manda ler não é leitor. É preciso mostrar a importância de estudar pelo prazer de aprender.”

SEM PUNIÇÃO – Brigar, punir, castigar não resolve. Cobrar resultados – “Estudou? Fez a lição? Tem prova?” – isoladamente, de forma pontual, pode transformar a casa num inferno, e também não resolve. “Os pais precisam se envolver com o processo de aprendizagem como um todo, não só no momento da prova. É preciso levar o cotidiano escolar para o cotidiano da família”, recomenda Mercedes de Paula Ferreira, diretora e professora do Ensino Médio do Colégio Ítaca.

Segundo Mercedes, é muito comum também o aluno que tira de letra o ensino fundamental apresentar dificuldades no colegial. O problema? Como ele era bom, não tem prática em estudar.

COMO AGIR QUANDO SEU FILHO NÃO QUER ESTUDAR:

As psicoterapeutas Adri Dayan, Elisabeth Wajnryt e Dina Arzak têm um curso chamado “Como falar para o seu filho ouvir” (11-3661-8310). Segundo elas, a solução do conflito entre adolescentes e pais na hora de estudar passa, certamente, pela abordagem e eficácia do discurso:

O VALOR DO ESTUDO NA FAMÍLIA

Os pais têm de fazer a lição de casa em relação a isso. Como eles encaram estudar? Gostam de estudar? Qual o valor do estudo? Entretanto, mesmo quem acha que estudar é perda de tempo tem de mandar o filho para escola. E pode exigir que o filho seja profissional nisso, o que significa ser responsável e comprometido com os estudos.

O LIMITE NA SUA CASA

Há famílias em que basta tirar 5. Em outras, é o limite da escola. A exigência tem de ser feita sem prêmios, mas não sem elogios. Não dá para barganhar viagens, presentes. O elogio não deve ser pelo resultado, mas pelo esforço.

QUANDO O PROBLEMA JÁ ESTÁ INSTALADO

Em primeiro lugar, compreender a situação (“entendo que a escola está difícil, que você não gosta do professor etc.”). Em seguida pedir que o próprio jovem apresente propostas de solução. Considere as possibilidades, aceite as idéias, anote, escolha com ele as que são possíveis para os dois. Não dá para acertar as regras e não tocar mais no assunto. Seu filho é sua obrigação

OPORTUNIDADES DE ESTÁGIO

Nesta época, muitas empresas começam seus processos de recrutamento, de olho em universitários e recém-formados. Para auxiliar os jovens a ingressarem no mercado, o portal Universia (www.universia.com.br) preparou uma matéria com as oportunidades oferecidas por instituições públicas e privadas, que abrem inscrições até junho. O conteúdo informa que o Banco Santander, a IBM, a Shell, a Sabesp, a C&A, a KPMG Consultoria e o Grupo Aché Laboratórios oferecem vagas em diversas áreas das ciências exatas, humanas e biológicas.