Com dois “rolezinhos” marcados para acontecer nas próximas semanas no shopping Pátio Batel, Curitiba já tem mais um encontro marcado. Neste domingo, os manifestantes também irão se encontrar no shopping Palladium, voltando, de certa forma, às origens do evento que tem agitado os noticiários de todo o país.

Embora a polêmica dos rolezinhos tenha vindo à tona no último sábado (11), após um encontro no Shopping Metrô Itaquera, em São Paulo, que acabou em quebra-quebra e com três pessoas detidas, Curitiba pode ser considerada uma espécie de precursora deste tipo de evento.

Em 2008, o então recém-inaugurado Shopping Palladium barrou a entrada de um grupo de jovens da periferia vestidos com camisas de clubes e trajes de hip-hop. Na época, a direção do shopping alegou que a proibição tinha como objetivo evitar o constrangimento de clientes – na época, o shopping alegou que esses rapazes acuam as pessoas.

O Shopping chegou a afirmar que não fazia nenhum tipo de descriminação e que as restrições eram em relação ao comportamento e às atitudes”. Mesmo assim, protestos foram feitos nas escadarias do shopping e surgiu a polêmica e, consequentemente, um debate na sociedade, que agora volta à tona.

Agora voltando às origens, o evento está marcado para acontecer no próximo domingo (19), às 15h, mesmo dia e horário em que será realizado um rolezinho no shopping Pátio Batel. Até as 20h desta quinta-feira (16), 11 pessoas haviam confirmado presença. Na descrição do evento, os organizadores dizem lutar contra o preconceito de várias pessoas que julgam pela cor da pele em vez de julgar pelo caráter.

No Facebook, o evento foi, até aqui, bastante criticado, com usuários da rede social chamando os participantes do “rolê” de baderneiros.

O que são os “rolezinhos”?

A prática dos rolezinhos começou no final do ano passado, em São Paulo, organizados por cantores de funk em resposta à aprovação pela Câmara Municipal de um projeto de lei que proibia bailes do estilo musical nas ruas da capital paulista. Após a intervenção de alguns shoppings, os encontros entre jovens acabaram se tornando uma forma de protestar contra o preconceito.