Quando tentava ser reeleito para a prefeitura de Santa Cruz da Esperança (SP), em 2008, Jayme Leonel de Assis (PSDB) acabou sofrendo um duro golpe: foi acusado de pedofilia por manter relações sexuais com uma menina de 11 anos. Agora, porém, o caso sofreu uma reviravolta e a Justiça de Cajuru (SP) investiga a possibilidade de uma armação política contra o tucano.

Quatro pessoas são investigadas por envolvimento no esquema. Entre elas, o também ex-prefeito Daércio Lopes da Silva (PPS), que viria a ser eleito naquele ano.

O caso veio à tona em 2012, quando a denunciante, Ana Rosa Alves, que trabalhava na campanha eleitoral de Silva na época, admitiu ter recebido dinheiro e uma casa para compactuar com a armação. No final do ano passado, o Ministério Público ofereceu denúncia sobre a armação.

Segundo o MP, entre 5 e 22 de setembro de 2008, Ana, que agora diz ser perseguida pelos envolvidos, esteve na casa de José Mauro Baltazar, coordenador da campanha de Silva. Na presença de Silva, a mulher recebeu a proposta de R$ 500 por mês, R$ 10 mil de uma vez só e mais uma casa na Cohab. Em troca, ela assinaria os documentos de acusação contra Assis.

Além do ex-prefeito, de Ana e Baltazar, o advogado Homero Tranquili também é investigado – filho do dono de um jornal da cidade que publicou em primeira mão a calúnia, Tranquilli teria orientado a mulher sobre como proceder perante a investigação da Polícia Civil.

A ação corre em segredo de Justiça no Fórum de Cajuru e é analisada pelo juiz Mário Leonardo Marsiglia. A pena para o crime de denunciação caluniosa pode chegar a oito anos de prisão.

Em entrevista ao portal G1, Jayme Leonel de Assis, hoje chefe de gabinete do prefeito em exercício, Dimar de Brito (PSDB), revelou que ainda sofre com a acusação. A nossa cidade é pequena, o boato acaba sendo uma coisa muito forte. Eu nunca vi essa menina que eles disseram ter sido abusada, afirma o tucano, que diz que toda a sua família foi prejudicada pela calúnia.

Baltazar e Tranquilli, por sua vez, dizem que Ana foi paga pela oposição para fazer a acusação, inventando a suposta armação.