Em  assembeia, na Praça Rui Barbosa, os motoristas e cobradores decidiram encerrar a greve que tumultua a cidade desde a quarta-feira (26). A desembargadora Ana Carolina Zaina, do Tribunal Regional do Trabalho, esperava a decisão da categoria até às 15 horas deste sábado (1) e caso não entrassem em acordo, ela encaminharia o dissídio. A volta ao trabalho deve ser imediata.Pela manhã, ainda na vigência da greve, 68% da frota estavam em operação. A previsão é que nesse início de tarde, 100% da frota programada para sábado estejam em operação. A programação definida pela Urbs para este feriado de carnaval prevê que os ônibus vão operar com horário de sábado na segunda-feira (3) e horário de domingo na terça-feira (4)

A Prefeitura considerou fundamental, para o fim da greve, a decisão da desembargadora Ana Carolina Zaina, da Justiça do Trabalho, que antecipou para esta sexta-feira (28) a audiência de conciliação inicialmente marcada para o dia 6 de março, depois do carnaval. A antecipação foi solicitada pela prefeitura em petição protocolada na noite de quinta-feira (27) no plantão judiciário.

Na sexta-feira (28), a desembargadora já havia sugerido o retorno ao trabalho dos motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba a partir da meia-noite desta sexta-feira (28). Na terceira audiência para tentar por fim à greve que já dura três dias, na sexta-feira (28) , ela propôs. O índice equivale a 5,26% de reposição da inflação do período, mais 3,82% de ganho real.

Representantes das empresas de ônibus e dos trabalhadores acenaram com acordo em torno dos porcentuais propostos pelo TRT. A desembargadora informou que aguardará resposta dos sindicatos até as 15 horas de sábado, antes de encaminhar o julgamento do dissídio para o colegiado de desembargadores. Do contrário, convocará o julgamento do dissídio pela Seção Especializada.

Na abertura da audiência, a desembargadora fez novo apelo para que o sindicato patronal aceite a proposta de reajuste de 7,5%, feita ontem por ela. A magistrada lembrou ainda as manifestações populares surgidas no ano passado por conta do aumento das tarifas. A desembargadora questionou se os representantes das empresas, trabalhadores, prefeitura e governo do Estado achavam que seria necessário a população voltar às ruas para resolver o impasse. Todos responderam que não.

O dia ontem começou com assembleia de motoristas e cobradores aprovando a proposta sugerida pela desembargadora de reajuste de 10,5% um dia antes. Depois, às 14 horas, começou nova audiência de conciliação no TRT, que se estendeu por toda a tarde.

Durante as negociações na tarde de ontem, vários índices de reajuste foram sugeridos e discutidos. O sindicato patronal acenou no início com 7,36% de reajuste. Ana Carolina propôs arredondar para 7,5%. Motoristas e cobradores insistiram em um aumento maior. A desembargadora do TRT voltou a fazer nova proposta, desta vez de 8,5% para os motoristas e 10,5% para os cobradores.

Ao final das negociações, já perto das 17 horas, Ana Carolina definiu que nova audiência ficava marcada para após o Carnaval, mas que os trabalhadores e empresas de ônibus se comprometiam em manter 50% da frota nos horários de pico e 30% nos horários normais.