O Paraná estuda a possibilidade de implantação de uma cadeia produtiva de lúpulo no Estado a partir de projeto apresentado pela Biotec (empresa de pesquisa científica na área farmacêutica e agropecuária), que vem pesquisando a viabilidade de produção da cultura no país, encontrando no estado do Paraná um grande potencial para desenvolver o mercado produtor. O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, e representantes de entidades ligadas à tecnologia agrária se reuniram nesta segunda-feira (10), em Curitiba, para discutir essa possibilidade. 

O lúpulo, mais conhecido como matéria-prima para a produção de cerveja, possui outras aplicações e ainda não é produzido no Brasil, sendo importado de outros países. O lúpulo se desenvolve em clima frio, por isso não é produzido no Brasil. No Paraná, a região Sul tem potencial para a produção de lúpulo, em função do clima, analisa Cirino Corrêa Júnior, coordenador do projeto de plantas potenciais do Instituto Emater. 

A prioridade no momento é reunir interessados em levar esse projeto adiante. Estudar e discutir as possibilidades, o potencial de produção e a tecnologia necessária para isso, esclarece Ortigara. De acordo com o secretário, o cultivo da planta exige conhecimento aprofundado por parte dos produtores e ainda necessita de pesquisas para ser implementado no país. 

AGRICULTURA FAMILIAR – Tratado como um mercado promissor, o lúpulo abre a possibilidade de se tornar uma alternativa de renda para a agricultura familiar do estado. Em especial nas regiões de clima frio, em que poucas culturas se desenvolvem e é propício para o lúpulo. Com a produção em climas propícios e a orientação técnica adequada aos produtores, o Paraná tem chances de criar esta cadeia produtiva. É uma aposta, mas com grandes possibilidades, afirma Cirino. 

De alta rentabilidade no mercado mundial, a aplicação da planta em outras áreas vem sendo estudada nos últimos anos. Além do mercado cervejeiro, o lúpulo pode ser trabalhado nas indústrias farmacêutica, alimentícia, de cosméticos e biocombustível. 

É uma possibilidade boa que nos foi apresentada e agora temos que trabalhar em conjunto para desenvolver. O primeiro passo é incrementar o projeto para encontrar parceiros e aprimorar os estudos. É um projeto de longo prazo que pode trazer renda para o Paraná e para o país, acredita Ortigara. 

Estiveram presente na reunião representantes da Secretaria da Agricultura, Instituto Emater, Cooperativa Agrária, Fomento Paraná, Tecpar, Biotec e Itaipu.