A médica Virgínia Helena Soares de Souza, chefe da UTI do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, irá responder ao processo em que é acusada de homicídio com duas qualificações e formação de quadrilha em liberdade. A decisão foi tomada por unanimidade nesta quinta-feira (20) pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR).

O Ministério Público (MP) pedia que a acusada respondesse ao processo aprisionada, alegando ser necessária a garantia da ordem pública e por conveniência da instrução criminal. O advogado de Virgínia, Elias Mattar Assad, defendeu que não havia motivos processuais penais para que seja revertido o quadro de resposta em liberdade, já que sua cliente cumpre com todos os deveres impostos na decisão que concedeu liberdade e sem comportamento inconveniente.

Entenda o caso

Virgínia foi presa em 19 de fevereiro de 2013, mas conseguiu a liberdade há exatamente um ano atrás, no dia 20 de março do ano passado. Ela e mais sete pessoas foram acusadas pelo Ministério Público (MP) de homicídio com duas qualificações e formação de quadrilha, sendo que cinco chegaram a ser presas. Virgínia Soares de Souza foi a última entre os envolvidos a conquistar a liberdade.

O processo tem como base uma investigação do Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa), que, assim que se tornou pública, provocou uma série de denúncias de ex-funcionários do hospital e de familiares de pacientes. Conforme a acusação, os pacientes foram mortos por asfixia, com uso do medicamento Pavulon e diminuição de oxigênio no respirador artificial. Sete mortes fazem parte deste processo.

O advogado da médica nega as acusações, que segundo ele não passam de ficção. “O MP provou que morreram pessoas naquela UTI, mas não provou que elas foram mortas por algum ato humano”, afirmou no ano passado Assad.