Por Melina Guterres
SANTA MARIA, RS,16 de abril (Folhapress) – Um clima de comoção e revolta marcou o enterro do menino Bernardo, 11, na manhã de hoje, no cemitério ecumênico em Santa Maria (RS). Entre parentes e amigos da família, cerca de cem pessoas acompanharam a cerimônia.

O corpo do garoto chegou ao local por volta das 10h e foi enterrado no jazigo da família da mãe de Bernardo, que morreu em 2010.

Pai e madrasta do menino foram presos suspeitos pela morte do garoto, que ficou desaparecido por dez dias e cujo corpo foi localizado em Frederico Westphalen, cerca de 80 km de Três Passos, cidade gaúcha onde morava Bernardo.

A polícia não informou se os suspeitos negam ou confirmam a autoria do crime nem se o casal constituiu advogado.

Por essa razão, a reportagem optou por não divulgar seus nomes.

A maioria dos presentes no enterro chorava. Muitos comentaram uma mesma frase: “que horror tudo isso”. Bastante emocionada, a madrinha do menino Clarissa Oliveira foi a última a deixar o jazigo.

Chorando muito, ela não quis falar com a imprensa no começo do enterro. Disse durante a cerimônia como se estivesse falando para Bernardo: “desculpa não ter feito mais do que eu podia”. Logo após dizer essa frase, ela foi abraçada por alguns amigos e parentes.

Ao final, ela disse à reportagem: “O Bernardo era muito amado por nós. A gente tentava suprir o que ele não tinha lá [em casa]”.

A revolta ficou por conta da avó materna de Bernardo, Jussara Uglione, e por outros parentes. Em entrevista coletiva, ela disse que a morte do garoto “não pode ficar impune”. “Justiça, não me deixe desamparada.”
No jazigo muitas flores e uma faixa: “Nosso anjo Bernardo, descanse em paz!”.