Policiais militares encerram greve após promessas do governo

Por Danilo Sá

NATAL, RN, 22 de abril (Folhapress) – Os policiais militares e os bombeiros do Rio Grande do Norte decidiram encerrar a paralisação iniciada hoje.

Em assembleia realizada em frente à governadoria, onde os PMs estavam acampados, a categoria aceitou esperar pela promessa do governo de enviar um projeto de lei de cargos e salários para a Assembleia Legislativa até o dia 1º de maio.

A proposta feita pela Secretaria Estadual de Segurança Pública foi concretizada após mais de duas horas de reunião com os líderes do movimento. Também ficou acertado que nenhum dos policiais envolvidos na paralisação seria punido pelo comando da PM potiguar.

O acampamento já estava montado na semana passada, no Centro Administrativo do RN, localizado ao lado da Arena das Dunas, estádio que receberá jogos da Copa do Mundo em Natal. A paralisação de hoje havia sido confirmada desde a última quinta-feira.

“Estamos dando um voto de confiança. Se o governo tentar qualquer manobra, nós não nos responsabilizamos pelo que vier a acontecer a partir de então”, disse Eliabe Marques, presidente da Associação de Sargentos e Suboficiais da PM.

A estimativa das entidades envolvidas com a paralisação é que o movimento tenha iniciado com a adesão de aproximadamente 90% da corporação em todo o Estado.

Antes da definição pelo fim da greve, o procurador-geral do Estado, Miguel Josino, disse que os militares que se recusassem a voltar ao trabalho poderiam ser presos.

Além da lei de promoção dos praças, as reivindicações também incluíam reajuste de 56,7% do salário, pagamento de férias, reajuste de diária operacional, revisão do estatuto da PM, convocação dos 824 PMs concursados e assistência à saúde psíquica dos militares, entre outros.

A Secretaria de Segurança apresentou as medidas que estavam sendo tomadas para cada uma das solicitações.

Com o retorno das atividades, o policiamento ostensivo será retomado de maneira integral nas ruas de Natal e todo o Estado, já na noite de hoje.

Acampamento

Encerrada recentemente, a greve dos policiais militares da Bahia influenciou o movimento no Rio Grande do Norte. O acampamento montado em frente à governadoria foi batizado de Marco Prisco (PSDB), em homenagem ao vereador baiano que liderou a paralisação no seu Estado e acabou preso.

Segundo Eliabe Marques, os militares da Bahia mostraram a força do movimento, assim como ocorreu no Rio Grande do Norte.

“O caos no RN já está instalado. A taxa de homicídios só tem subido. Com os policiais nas ruas, mesmo com as péssimas condições de trabalho, temos conseguido evitar certas situações”, disse ao comparar os dois Estados.

Ao contrário do que ocorreu na Bahia, não houve registros violentos no RN durante o dia de greve da PM.