Por Felipe Bächtold, Enviado especial
TRÊS PASSOS, RS, 23 de abril (Folhapress) – Uma babá que trabalhou na casa do menino Bernardo Boldrini, encontrado morto na semana passada no interior gaúcho, afirmou à polícia que a madrasta tentou matá-lo em outra ocasião, segundo a delegada responsável pelo caso.
A madrasta Graciele Ugolini, o pai do menino, Leandro Boldrini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz estão presos desde que o crime, ocorrido em Frederico Westphalen (a 447 km de Porto Alegre), foi revelado.
A delegada Caroline Machado afirmou que a babá chegou a omitir a acusação em um primeiro momento por medo de retaliações.
Em depoimento, Edelvânia também afirmou que a madrasta tentou matá-lo em uma outra situação por sufocamento com um travesseiro e que o assassinato era planejado havia muito tempo.
Caroline disse que um dos motivos dos pedidos de prisões foi o medo de testemunhas de depor. “Havia receio de algumas pessoas de falar o que sabiam.” Integrantes do conselho tutelar que conviveram com Bernardo já foram ouvidos.
A policial estimou que falta concluir cerca de 20% do inquérito. Mas não há um prazo para a investigação ser finalizada, o que depende dos resultados de perícias.
Legalidade
A delegada defendeu a legalidade dos depoimentos já colhidos dos presos. Dois dos três detidos foram ouvidos sem a presença de seus advogados, o que levou as defesas a questionar a validade.
“O inquérito é “inquisitorial”. Não precisa de um advogado [presente no depoimento]. Se a pessoa quer um advogado, faço a oitiva dela com advogado”, disse.
O defensor do pai nega que tenha havido qualquer participação dele do crime. A defesa de Edelvânia diz que ela participou somente da ocultação do cadáver.
O advogado da madrasta ainda não se manifestou a respeito das suspeitas.