O dólar fechou em leve queda ante o real nesta quinta-feira, 24, após uma sessão bastante volátil. Se por um lado o dado sobre o fluxo cambial divulgado ontem pelo Banco Central continuou pressionando o câmbio, por outro, as tensões geopolíticas na Ucrânia favoreceram o dólar, em função da busca por segurança, e indicadores positivos dos EUA também colaboraram.

O dólar à vista no balcão terminou o pregão cotado a R$ 2,2170, uma queda de 0,27%. Por volta das 16h30, o giro estava em torno de US$ 653,85 milhões, segundo dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa. No mercado futuro, o dólar para maio recuava 0,27%, a R$ 2,2210. O volume de negociação era próximo de US$ 12,99 bilhões.

O BC revelou ontem que o fluxo cambial ficou positivo em US$ 2,374 bilhões entre 14 e 17 de abril – o que surpreendeu os operadores. Além disso, o mercado de câmbio continua pressionado pelo leilões diários de swap cambial e a rolagem de grandes pacotes de swap que vencem no início de cada mês. Alguns operadores também citaram certa animação com a aprovação pelo STF de uma CPI exclusiva da Petrobras, que pode desgastar o governo e dificultar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, o que deu certa força ao real.

Por outro lado, o dólar foi impulsionado pela busca por segurança, em função dos temores de uma guerra entre Ucrânia e Rússia. Os russos começaram hoje exercícios militares na fronteira, após as forças ucranianas terem matado cinco militantes pró-Moscou durante a retomada de prédios ocupados no leste do país. Outro fator que ajudou a moeda norte-americana foi a o aumento de 2,6% nas encomendas de bens duráveis dos EUA em março, acima da previsão de +2,0%.