Com boa adesão, a greve dos funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ameaça atrasar pesquisas por todo o Brasil. A categoria, de acordo com a Associação de Servidores do IBGE, luta pela  democracia interna e valorização do corpo funcional, reivincidando também a contratação de 4 mil servidores e a equiparação salarial a funcionários de outros órgãos, como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Segundo a representação sindical de Curitiba, “a grande maioria” dos servidores da instituição no Paraná aderiu ao movimento, sendo que a greve já está “melhor” (entenda-se mais forte, maior) do que em 2012, quando a categoria paralisou as atividades por dois meses, impedindo, por exemplo, a divulgação total de pesquisas sobre emprego.

“Aqui no Paraná conseguimos uma adesão relativamente boa, vários setores da Capital pararam. No Rio de Janeiro, onde está mais da metade dos funcionários do IBGE, quatros das cinco unidades aderiram à greve, com bastante importância ao pessoal que faz a divulgação e tabulação das pesquisas”, afirma Cássius de Brito, coordenador do núcleo do Paraná do sindicato do IBGE. “A greve está crescendo. Estamos tentando fazer os órgãos do interior do Paraná aderirem e na quinta faremos um ato em defesa da instituição”, completa.

Segundo Brito, o IBGE tem tão pouca gente que se seis pessoas paralizam em um setor, o trabalho já se torna inviável. E é exatamente isto que está acontecendo, com vários setores vazios ou com muitas poucas pessoas trabalhando.

A paralisação coincide com a divulgação dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2014, previstos para serem apresentados na próxima sexta-feira (30), no Rio de Janeiro. O sindicato dos funcionários do IBGE, contudo divulgará regularmente as três pesquisas previstas até o fim da semana: Estatísticas do Cadastro Central de Empresas, Índice de Preços ao Produtor e Contas Nacionais.

INPC deve atrasar

A divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede a inflação oficial do Pais, deverá atrasar em Curitiba. A adesão dos funcionários que realizam a coleta dos dados em Curitiba e Região Metropolitana (RMC) a paralisação dos funcionários do instituto é praticamente total. “Apenas o chefe do setor não aderiu a paralisação”, declarou Cássius de Brito, coordenador do Núcleo Paraná do Sindicato Nacional ASSIBGE e da Executiva Nacional do Movimento. O Sindicato irá permanecer na entrada das duas unidades do IBGE, em Curitiba, para ampliar ainda mais a adesão dos funcionários ao movimento. 

Brito afirma que a greve por tempo indeterminado reivindica a democracia dentro do IBGE e a valorização do quadro funcional dos trabalhadores. Ele ressalta que, por falta de gente e do corte orçamentário feito ao instituto, as pesquisas sobre a contagem populacional foi transferida de 2015 para 2016, e a de orçamento familiar foi suspensa. As duas pesquisas, ressalta Brito, são fundamentais para a população.