SÃO PAULO, SP – A Prefeitura de São Paulo afirmou que a greve dos servidores municipais provocou o fechamento de 15 escolas e 21 centros de assistência social, nesta quarta-feira (28). Além disso, a paralisação comprometeu parte das atividades de 13 subprefeituras.
A greve foi decidida em assembleia realizada na terça-feira (27). De acordo com Vlamir Lima, dirigente do sindicato da categoria, a prefeitura quer negociar por categoria, enquanto os servidores pedem um acordo conjunto. Os grevistas pedem 11,43% de aumento salarial, reposição da inflação e piso de R$ 820, aponta Lima. Hoje, o piso é de R$ 755.
Segundo o Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), são 212 mil servidores de diversas áreas, incluindo os aposentados. Apenas os servidores da educação são representados pelo Sinpeem (Sindicato dos Profissionais de Educação do Ensino Municipal) e já estavam parados desde o dia 23 de abril.
A prefeitura afirmou que os engenheiros e arquitetos que atuam na Secretarias de Habitação e na Secretaria Especial de Licenciamentos aderiram quase integralmente à greve. A administração municipal, porém, não soube informar o número total de engenheiros e arquitetos que atuam nas duas pastas.
Na Assistência Social, foram fechados 17 dos 49 CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e quatro dos 26 CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Apesar disso, 31 Supervisões de Assistência Social funcionaram normalmente e serviram de apoio de contingência.
Já no setor da saúde, 45% dos 2.500 agentes de zoonoses em ação externa aderiu à paralisação, aponta a prefeitura.
Fernando Haddad (PT) disse pela manhã que há oportunismo em algumas greves que ocorrem na cidade. Em nota, a prefeitura afirmou que “tem mantido diálogo aberto com os representantes dos sindicatos e apresentado propostas que visam a valorização das carreiras no setor público, privilegiando os reajustes e reestruturações setoriais, de forma a corrigir distorções.”
A prefeitura disse ainda que um acordo feito com as entidades sindicais aprovou uma acordo, no ano passado, que garante reajuste às carreiras de nível médio e básico, em 42,47% e 71,44%, respectivamente –os agentes de zoonoses são nível básico.
“Para as demais carreiras de nível universitário, bem como para as carreiras da Saúde, a prefeitura apresentou às entidades sindicais uma reestruturação ambiciosa, que fará com que os salários iniciais de muitas das carreiras dobrem de valor até 2016, enquanto os salários de fim de carreira cheguem a mais de R$ 16 mil”, diz nota da prefeitura.
PROFESSORES
Os professores municipais decidiram na terça-feira manter a greve que já dura 35 dias. A categoria quer a incorporação imediata de abonos ao salário. Um projeto da gestão de Fernando Haddad (PT), porém, se compromete a incorporar o percentual aos salários a partir de 2015, de forma escalonada e sem definir a forma como isso ocorrerá.
O mesmo projeto concedeu o bônus de 15,38%, o que elevou o piso salarial dos professores com jornada semanal de 40 horas/aula para R$ 3.000 -o valor era de aproximadamente R$ 2.600. Além desse percentual dado a quem recebe o piso, Haddad também concedeu bônus de 13,43% aos salários dos demais profissionais.
Além das incorporações de bônus, a categoria também pede maior segurança nas escolas, redução do número de alunos por sala/turma/agrupamento, direito a 15 minutos de intervalo para os educadores dos CEIs (Centros de Educação Infantil), entre outros.