Cerca de 100 pessoas se inscreveram, ontem pela manhã, da visita guiada ao cemitério São Francisco de Paula, o Cemitério Municipal. São três visitas marcadas para julho, e que estão com todas as vagas preenchidas. A primeira aconteceu ontem mesmo. A previsão é que na próxima semana sejam anunciadas as datas programadas para agosto. Os grupos, com 35 pessoas, unem jovens e adultos que, em duas horas, ouvem atentos as explicações detalhadas sobre 54 túmulos, suas obras de arte e a simbologia.
A guia é a pesquisadora Clarissa Grassi, que há 11 anos estuda a arte tumular no Cemitério Municipal de Curitiba e está lançando seu segundo livro, intitulado Guia de visita ao cemitério municipal. São mais de 100 túmulos representativos inseridos no livro, explicou. Ela também é autora do livro Um Olhar… A Arte do Silêncio, sobre o mesmo assunto.
Faço um trabalho voluntário para a Prefeitura de Curitiba, monitorando grupos de visita ao cemitério e tenho notado que a curiosidade é o que move a vinda das pessoas. Elas querem saber o que tem de significativo, diz a pesquisadora, lembrando que a simbologia existente nos túmulos dá uma boa noção da história da cidade.
O Cemitério São Francisco de Paula abriga muitos túmulos com esculturas e obras arquitetônicas, o que o torna um museu a céu aberto. O passeio é uma aula de história e do desenvolvimento social e econômico da cidade a partir do fim do século 19. A utilização de materiais nobres como o mármore Carrara, azulejos e ferragens vindos da Europa e a suntuosidade na construção de mausoléus, capelas e túmulos mostram o poder econômico das famílias pioneiras. Muitos túmulos ostentam esculturas sacras que são verdadeiras obras de arte, diz Clarissa.