SÃO PAULO, SP – O número de automóveis seminovos e usados negociados no país (carros de passeio e comerciais leves) chegou a 4,6 milhões no primeiro semestre, registrando aumento de 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores).

O desempenho mostra que há migração de clientes que antes compravam carros, pois o setor de modelos zero-quilômetro teve redução de 7,3% nos emplacamentos (carros de passeio e comerciais leves) nos seis primeiros meses de 2014, de acordo com a Anfavea (associação nacional das fabricantes).

PESSIMISMO

Porém, a percepção dos donos de lojas de seminovos e usados não é positiva em relação ao cenário do mercado. De acordo com empresários do setor ouvidos pela reportagem, problemas com aprovação de crédito intensificaram-se no primeiro semestre de 2014 .

“Está difícil de comprar e vender carros, pois não há crédito. Está complicado a ponto de as pessoas nem procurarem mais o financiamento, desistindo da compra”, disse um dos donos ouvidos, que preferiu não se identificar. “

ÁGUA LIMPA

De acordo com o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos, a percepção negativa se deve aos últimos dois meses, “no qual o brasileiro não comprou nada”. Para Santos, o crescimento aconteceu no nicho dos veículos com quatro a oito anos de uso, que tiveram tendência de alta no último semestre. Os chamados “usados jovens” venderam 83,25% a mais do que os semi-novos, que tem até três anos de uso. A entidade espera que o setor cresça até 7% em relação ao acumulado do ano passado. “O mercado deve ficar mais estável, com o vencimento de alguns contratos antigos de financiamento. A ‘água podre’ dos inadimplentes vai escoar, sobrando apenas a ‘água limpa'”, diz o presidente da Fenauto.