SÃO PAULO, SP – Em sua primeira edição aberta para escritores de todo o mundo, o prêmio de língua inglesa Man Booker Prize -até então restrito a romances de países da Comunidade Britânica, Irlanda e Zimbábue- anunciou nesta quarta (23) seus indicados, incluindo quatro autores dos EUA.
As obras americanas indicadas são “We Are All Completely Beside Ourselves”, de Karen Joy Fowler, “The Blazing World”, de Siri Hustvedt, “To Rise Again at a Decent Hour”, de Joshua Ferris e “Orfeo”, de Richard Powers.
Juntos, elas representam um terço dos 13 títulos presentes na lista, dominada neste ano pelos britânicos, com cinco autores indicados. Há ainda duas obras da Austrália, uma da Índia e uma da Irlanda. O vencedor será anunciado no dia 9 de setembro.
O prestigiado prêmio britânico foi criado em 1969 e era visto como uma proteção contra a disseminação do romance americano. Ele era aberto a autores dos 53 países da comunidade britânica -entre eles Canadá, África do Sul e Jamaica-, além de Irlanda e do Zimbábue, que deixou a comunidade em 2004.
No ano passado, porém, seus organizadores anunciaram que passariam a indicar autores de língua inglesa de qualquer país do mundo.
“Estamos abandonando as restrições da geografia e das fronteiras nacionais para que nosso prêmio passe a ser verdadeiramente internacional”, disse na época o presidente da Fundação Prêmio Booker, Jonathan Taylor, ao “New York Times”.
Muitos, no entanto, receavam que as listas de indicados passassem a ser dominadas por autores americanos, reduzindo as chances de o público descobrir novos nomes.
“É difícil pensar em romances americanos que não cheguem ao mundo anglófono maior. Mas posso pensar em romances canadenses, indianos ou africanos que encontram dificuldade em chegar a uma base mais ampla de leitores”, disse o romancista britânico Philip Hensher, finalista do Booker em 2008 e membro do júri em 2001.
No ano passado, o último não aberto para qualquer país do mundo, a escritora neozelandesa Eleanor Catton levou o prêmio por seu romance “The Luminaries”, tornando-se aos 28 anos a autora mais jovem a conquistá-lo.

Veja a lista de indicados deste ano:
“To Rise Again at a Decent Hour”, Joshua Ferris (EUA)
“The Narrow Road to the Deep North”, Richard Flanagan (Austrália)
“We Are All Completely Beside Ourselves”, Karen Joy Fowler (EUA)
“The Blazing World”, Siri Hustvedt (EUA)
“J, Howard” Jacobson (Reino Unido)
“The Wake”, Paul Kingsnorth (Reino Unido)
“The Bone Clocks”, David Mitchell (Reino Unido)
“The Lives of Others”, Neel Mukherjee (Índia)
“Us”, David Nicholls (Reino Unido)
“The Dog”, Joseph O’Neill (Irlanda)
“Orfeo”, Richard Powers (EUA)
“How to be Both”, Ali Smith (Reino Unido)
“History of the Rain”, Niall Williams (Irlanda)