Os torcedores brasileiros, que eram maioria absoluta nos estádios da Copa, gastam mais do que todos estrangeiros juntos com bebidas, lanches, pipocas e souvenires das lojas oficiais da Fifa durante as partidas. Nos 12 estádios, os gastos dos brasileiros efetuados por meio de cartões de débito ou de crédito somaram R$ 19,063 milhões – 64% do total de R$ 29,3 milhões computados pela bandeira Visa, que tinha a exclusividade dos pagamentos eletrônicos nas disputas. Ou seja, só não medem os pagamentos feitos em dinheiro.

Os números incluem os gastos nas chamadas Fan Fest, tendas organizadas pela Fifa para assistir os jogos, fora dos estádios e em locais de grande circulação, como a Praia de Copacanana (zona sul) do Rio. Em segundo lugar, ficaram os americanos que gastaram R$ 2,755 milhões nos estádios brasileiros -9,4% do total. O levantamento foi feito pela Visa International a pedido da reportagem. Os torcedores latino-americanos estiveram entre os que mais gastaram nos estádios, segundo a Visa.

A maior surpresa foram os mexicanos, que juntos gastaram R$ 1,173 milhão (4% do total). Os argentinos, que chegaram à final, vieram depois com gastos de R$ 1,136 milhões (3,9%) nos estádios. Os colombianos tiveram gastos de R$ 435 mil (1,5%) do total. Todas as demais torcidas gastaram menos do que os colombianos, mas juntas somaram R$ 4,802 milhões. Segundo a Fifa, as 64 partidas do Mundial tiveram 3.429.873 de pessoas nos estádios, média de 53.591 por jogo. Os números refletem o tamanho -e a longevidade- das torcidas, de acordo com a Visa. Por exemplo, os argentinos tinham a segunda maior delegação de turistas no Brasil, mas chegaram até a final da disputa.

O levantamento da Visa também mostra que o sexagenário estádio do Maracanã também vendeu mais do que o recém-construído Itaquerão. No Maracanã, onde aconteceu a final da disputa, os torcedores gastaram um total de R$ 4,3 milhões nas lanchonetes e lojas oficiais. Já no Itaquerão, os gastos somaram R$ 4,15 milhões. Vale lembrar que o Maracanã teve sete partidas, enquanto o Itaquerão registrou seis disputas durante o mundial. No entanto, o estádio Mané Garrincha, em Brasília, foi o que mais faturou na Copa: R$ 4,7 milhões. O estádio teve sete disputas, sendo dois jogos do Brasil; o primeiro, contra Camarões; e o segundo, contra a Holanda, na decisão do terceiro e quarto lugares.

O Mineirão, em Belo Horizonte, que sediou a partida em que o Brasil foi desclassificado pela Alemanha por 7 a 1, arrecadou apenas R$ 3 milhões. O estádio teve seis jogos da Copa. Para capturar as transações eletrônicas, a Visa e o Itaú instalaram 75 caixas eletrônicos dentro dos 12 estádios e mais 26 quiosques para venda de cartões pré-pagos colecionáveis, que traziam impresso o nome do consumidor e o jogo assistido. A Rede, empresa credenciadora do Itaú, instalou 3.000 terminais eletrônicos dentro das arenas habilitados a receberem transações sem contato. TURISTAS Como um todo, os turistas estrangeiros gastaram US$ 380 milhões no Brasil durante os 32 dias da Copa -12 de junho a 13 de julho- por meio dos cartões de crédito e débito da bandeira Visa.

O montante superou em 47,3% os R$ 258 milhões gastos pelos estrangeiros em 2010 no mundial da África do Sul. As cidades que receberam os 64 jogos do torneio também tiveram um aumento significativo nos gastos de estrangeiros em relação ao mesmo período de 2013. São Paulo teve o recorde em gastos, totalizando US$ 59 milhões (crescimento de 77% em relação a 2013), seguida por Rio de Janeiro com US$ 28,1 milhões (crescimento de 206%); Brasília, US $ 27,6 milhões (642%); Salvador, US$ 15,3 milhões (322%); e Fortaleza, US$ 13,5 milhões (257%). Segundo o Ministério do Turismo, o Brasil recebeu mais de 1 milhão de turistas durante o mundial -400 mil a mais do que o esperado inicialmente. A Visa revelou também a origem dos gastos dos visitantes: EUA (US$ 94,4 milhões), Reino Unido (US$ 32 milhões), França (US$ 25,3 milhões), Argentina (US$ 20,6 milhões), México (US$ 16,9 milhões), Alemanha (US$ 14,3 milhões) e Colômbia (US$ 12,4 milhões), entre outros.