O Ministério da Fazenda autorizou o Estado do Paraná a contratar dois empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com a garantia da União, conforme despachos publicados no Diário Oficial da União. O primeiro empréstimo é no valor de até US$ 60 milhões, para financiar parte do Programa Integrado de Inclusão Social Requalificação Urbana do Estado, e o segundo contrato é no valor de US$ 8,5 milhões, a ser aplicado no Programa de Gestão Fiscal do Paraná (Profisco).
Ainda há no Diário Oficial da União despacho sobre outra operação de crédito externo envolvendo o Estado do Paraná. Dessa vez, o valor do contrato, também a ser firmado com o BID, é no valor de US$ 67,2 milhões, voltado para o Programa Paraná Seguro A Fazenda considerou a operação elegível, em caráter excepcional, quanto à capacidade de pagamento do Estado. Essa decisão garante o prosseguimento do processo com vistas à concessão de garantia da União.
A demora na liberação desses e outros empréstimos motivou troca de acusações entre o governador Beto Richa (PSDB) e o PT da ex-ministra da Casa Civil e candidata de oposição ao governo, Gleisi Hoffmann. Richa acusou o governo federal de bloquear as operações para prejudicar a sua administração e favorecer a candidatura de Gleisi. O PT, Gleisi e a União sempre negaram as acusações, atribuindo as dificuldades na autorização das operações a problemas de gestão do Estado, como o não cumprimento dos porcentuais mínimos de investimento em saúde, ou a extrapolação dos limites de gastos com pessoal.
O dinheiro só começou a sair depois que o governo do Estado recorreu e obteve uma série de liminares no Supremo Tribunal Federal. No início do mês, o Paraná chegou a pedir a prisão do secretário Nacional do Tesouro, Arno Augustin, por crime de desobediência, pela não liberação de empréstimo de R$ 817 milhões do programa Proinveste, apesar da decisão do STF. Depois disso, o dinheiro acabou sendo depositado na conta do Estado.
Responsabilidade – No início de junho, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, determinou que a União destravasse os quatro empréstimos, que somam R$ 1,5 bilhão e que estão em análise no Ministério da Fazenda, e estipulou multa diária de R$ 500 mil pelo descumprimento da decisão.