JOHANNA NUBLAT BRASÍLIA, DF – O Ministério da Saúde afirma não ter registrado nenhum caso suspeito de ebola no Brasil até o momento. E diz ser muito pouco provável que alguma pessoa doente chegue ao país. Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do ministério, classifica como “nervosismo” e “boato” suspeitas levantadas até agora entre pessoas que vieram da África com algum tipo de sintoma -os sintomas do ebola podem não ser específicos, como febre, dor muscular e diarreia.

“Não teve caso suspeito no Brasil, é boato. Nenhum preenche os critérios”, diz o secretário. Barbosa afirma que o governo não alterou a rotina da vigilância sanitária diante do surto na África. Diz, no entanto, que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reforçou, com os aeroportos internacionais, a necessidade de seguir os protocolos para identificar e encaminhar pessoas eventualmente doentes aos hospitais de referência.

Segundo ele explica, a orientação é para que as próprias companhias aéreas informem aos aeroportos sobre a existência de algum passageiro doente -com suspeita de ebola ou qualquer outra doença, como é a prática. Nesses casos, continua, o avião pousa em uma área remota, e a pessoa é encaminhada a um hospital de referência.

VIAGENS AOS PAÍSES AFETADOS

Pelo menos até o momento, o governo brasileiro não emitiu nenhuma recomendação para que brasileiros adiem viagens aos países que passam pelo surto do ebola. Em sua página, o ministério recomenda apenas que brasileiros com viagens para Libéria, Guiné e Serra Leoa evitem “qualquer contato com sangue ou fluidos corporais de pessoas doentes”. E lembra que profissionais da saúde no Brasil que identifiquem eventuais viajantes internacionais vindos dos países citados com sintomas do ebola devem notificar, imediatamente, as secretarias municipal e estadual e o Ministério da Saúde.

Ainda segundo Barbosa, o governo não identificou nenhum caso, até agora, de missionários brasileiros com intenção de visitar as áreas afetadas. Como ajuda aos três países afetados pelo surto do ebola, o ministério encaminhou 14 kits com medicamentos e materiais de saúde. Cada kit pode tratar até 500 pessoas durante três meses.