ADRIANO BARCELOS E ITALO NOGUEIRA
RIO DE JANEIRO, RJ – Terminado o debate entre os principais candidatos ao governo do Rio na Bandeirantes, o clima que dominava os postulantes ao cargo era de alívio.
Líder nas pesquisas de intenção de votos, o ex-governador Anthony Garotinho (PR) atacou seus principais adversários, especialmente o governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Depois do debate realizado no teatro Oi Casagrande, no Leblon, zona sul da capital fluminense, o candidato ironizou: “Não parti pro ataque, apenas falei o que eu acho que é verdade”.
Garotinho disse ter conseguido diferenciar sua candidatura das demais ao longo do debate. Mais de uma vez, no confronto direto com o governador, o candidato do PR afirmou que o opositor mentira. “Pezão sai desse debate hoje com uma candidatura muito forte para deixar de ser Pezão e passar a ser Pinóquio”, disse Garotinho.
O atual governador do Rio, que centrou sua participação mais nos números de seu governo do que no enfrentamento com os adversários, se disse satisfeito com o resultado e consciente de que os ataques viriam de qualquer maneira.
“Difícil abordar todos os temas, mas a gente passou pelas políticas básicas. Achei muito legal. Estou tranquilo. Seria surpresa se fosse só elogios. A oposição tem de fazer ataques. Eu tenho o papel de defender esse legado, a gente teve muitas conquistas nestes sete anos e meio”, disse Pezão.
Surpresa de boa parte da plateia pela contundência e desassombro na condição de franco-atirador, o candidato Tarcisio Motta (PSOL) vibrava com o próprio desempenho.
“Para a militância e para jornalistas que já tinham ouvido a gente não foi surpresa. É uma campanha coletiva, construída com base em um programa. O eleitor estava procurando em quem votar, a gente espera ter mostrado que somos a alternativa real para o Rio” afirmou Tarcisio.
LINDBERGH SEM DILMA NA TV
Apesar de ter ficado no centro de alguns embates, Lindbergh Farias (PT) também considera que a terça-feira (19) será um divisor de águas na campanha.
Além do debate, o dia foi marcado pela estreia das inserções eleitorais na TV -no caso dele, com aparições do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo votos para ele. Já a presidente Dilma Rousseff não deverá aparecer na TV a seu lado.
“A Dilma é do meu partido, uma grande parceira, mas a gente sabe que está complicado porque ela tem quatro palanques aqui. Eu estou muito feliz com as declarações do presidente Lula nas inserções de TV”, disse Lindbergh. “Estamos preparados para governar o Rio. Foi uma largada, espero em 15 a 20 dias ter um grande alteração no cenário eleitoral do Rio de Janeiro.”
Marcelo Crivella (PRB) criticou a postura dos rivais durante o debate e disse considerar ultrapassada a figura do que definiu como “político-super-herói”.
“Tirando episódios de demagogia e acusação que as pessoas não aguentam mais, acho que foi um saldo positivo. Acho que essas coisas de dizer que sou melhor, vou fazer tudo, salvador do povo, isso está ultrapassado. As pessoas querem da política é que ela possa articular forças para defender seus interesses”, afirmou