REYNALDO TUROLLO JR., ENVIADO ESPECIAL ASSUNÇÃO, PARAGUAI – A Interpol emitiu nesta quinta-feira (21) um alerta para que autoridades dos países ligados à rede investiguem o paradeiro de Larissa Sacco, mulher do ex-médico Roger Abdelmassih, 70. Também nesta quinta a Polícia Nacional do Paraguai informou que vai investigar a participação de agentes públicos do país na emissão de um documento de identidade falso para o ex-médico, com o nome de Ricardo Galeano. Era dessa forma, com um documento de um suposto cidadão paraguaio, que Abdelmassih se apresentava em Assunção. Desde a prisão do ex-médico, em Assunção, na terça-feira (19), policiais do Paraguai e do Brasil desconhecem a localização de Larissa. Segundo o alerta, emitido por um sistema chamado Difusão Vermelha, Larissa é procurada por “suspeita de ajudar delinquente”, informou o subchefe da Interpol no Paraguai, Francisco Javier Cristaldo Gómez. De acordo com Gómez, não há ordem de prisão contra Larissa, apenas um pedido das autoridades brasileiras para que ela seja monitorada pela polícia em qualquer país em que possa se encontrar. Uma pessoa próxima do casal disse a interlocutores que Larissa deixou o Paraguai ainda na noite de terça-feira, saindo por Ciudad del Este, rumo ao Brasil. Conforme essa pessoa, a mulher foi levada pelo chofer da família em um Kia Carnival, que o foragido mantinha no Paraguai. A Interpol, por outro lado, afirmou que teve uma informação de que ela está no Paraguai. DOCUMENTO FALSO Segundo Gómez, a Polícia Nacional vai investigar a emissão de um documento falso para Abdelmassih. A investigação será conduzida pelo mesmo setor da polícia responsável pela emissão de identidades no Paraguai, o Departamento de Identificação. A princípio, a polícia afirma que o documento aparenta ter sido falsificado pelo próprio ex-médico, a partir da alteração da foto de um documento já existente. A pedido da reportagem, autoridades consultaram o sistema do Departamento de Identificação e constataram, porém, que no sistema eletrônico a foto que aparece é de Abdelmassih. Ou seja, o caso trata-se de uma inserção de identidade falsa no sistema, e não mera falsificação. Goméz afirmou que a participação de agentes públicos na fraude “não está descartada” e será investigada.