Já pensou alguém nadando no Rio Belém ou então dando um mergulho no Rio Iguaçu, o maior do Paraná? Hoje, se alguém fizer isso, certamente será taxado de louco. Mas há uma esperança para os mais jovens que nunca viram um rio limpo cortando Curitiba. É que a Capital iniciou neste ano o processo de renaturalização de diversos córregos e rios, que seria a revitalização dos cursos d’água.
A expectativa da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) é que, em menos de 20 anos, as águas curitibanas estejam bem mais claras, e limpas.Para iniciar a recuperação dos rios, o Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento da Secretaria do Meio Ambiente dividiu Curitiba em suas 214 sub-bacias. Os  trabalhos começaram em maio e a ideia é centrar os esforços em rios menores, com uma lógica simples — limpando os afluentes, os rio principais também acabarão limpos.
Tóquio levou 20 anos para recuperar os rios. Eu acho que podemos levar menos tempo. Nos últimos 50 anos, Curitiba vem piorando os rios dia a dia. Agora estamos mudando a tendência. Até o ano que vem queremos ter córregos limpos para servir como exemplo e estímulo, afirma o secretário do Meio Ambiente, Renato Eugenio de Lima.

Apesar do pouco tempo de trabalho e dos recursos ainda escassos, em alguns locais de Curitiba o avanço é notável, casos do córrego Tapajós e do córrego Duque de Caxias. No Córrego Tarumã, um esforço da Prefeitura e da comunidade que teve início há cerca de sete anos também já rende ótimos frutos, com a melhoria de mais de 90% em termos de poluição por esgoto.
O importante é começar o trabalho e não parar. Não conseguimos 100%, mas a melhoria é visível. É um começo e já estamos com ações, fazendo as coisas dentro das nossas possibilidades.

Estamos retirando a carga orgânica dos rios e no ano que vem já teremos resultados notáveis, explica Marlise Jorge, diretora do departamento de recursos hídricos. Segundo ela, três sub-bacias já foram atendidas na Capital, com os técnicos da SMMA verificando a situação hidro-sanitária dos imóveis da região e eliminando ligações clandestinas ou irregulares da cidade, que ajudam a poluir os rios. As vantagens de se ter um rio natural ou renaturalizado são muitas. Com áreas de sombreamento, poços mais fundos e áreas em que a água corre mais rápido, a criação de nichos para proteger a biodiversidade é favorecida. O rio e a região ao seu redor ganham vida e riqueza natural.