SÃO PAULO, SP – Diferentemente do esperado pelas campanhas, a candidata Marina Silva (PSB) não poupou seus rivais de ataques diretos no primeiro debate entre presidenciáveis nas eleições deste ano, promovido pela Band nesta segunda-feira (26). Ao comentar questão sobre a gestão da máquina pública, a ex-senadora criticou a gestão federal do PSDB, dizendo que encontrou a pasta do Meio Ambiente, que ela chefiou entre 2003 e 2008, “um ministério sem servidores”. Marina ainda emendou crítica à principal vitrine de Aécio Neves (PSDB), sua gestão à frente do governo de Minas Gerais (2003-2010). “Aécio criticou a propaganda cinematográfica de Dilma, mas fala de sua gestão de Minas Gerais do mesmo jeito, uma Minas que não vê o Vale do Jequitinhonha, que não valoriza a educação”, disse a peessedebista. O tucano rebateu as críticas, afirmando que investiu nas regiões mais pobres, como o Vale do Jequitinhonha e o Vale do Mucuri (regiões norte e nordeste de Minas, respectivamente), três vezes mais que no restante do Estado, proporcionalmente. “Acredito que por desconhecimento do que por má fé, a candidata desconhece os professores e o Vale do Jequitinhonha. Em Minas Gerais, nós recuperamos as desigualdades com o décimo quarto salário e programa de metas”, disse Aécio. De fato, as grandes cidades da região têm melhorado seu desempenho na Prova Brasil, principalmente no 5o ano do ensino fundamental. O tucano, em oportunidade anterior, havia criticado Marina, questionando a coerência do que ela chama de “nova política”. MANIFESTAÇÕES DE 2013 Embora Dilma tenha poupado Marina, a recíproca não foi verdadeira. Em sua primeira oportunidade de perguntar a um candidato, Marina escolheu a presidente e questionou “o que deu errado”, já que as mudanças propostas pelo governo após as manifestações de 2013 “não foram implantadas”. “Quando tivemos as manifestações de junho, você apresentou uma série de pactos para tentar atender às demandas. Nenhum funcionou. O que deu errado?”, indagou a ex-ministra. Em sua resposta, Dilma defendeu que o programa Mais Médicos e a aprovação de lei com destinação de 75% dos royalties da exploração do pré-sal foram respostas às manifestações. Por outro lado, a presidente dividiu a responsabilidade dos fracassos com o Congresso. “Eu considero que tudo deu certo. (…) Fizemos o compromisso da reforma política, mas não foi aprovada no congresso, acho que deveria passar por uma consulta popular.” Apesar da aprovação dos 75%, o governo federal queria um percentual menor. E o impacto disso será sentido apenas em anos. Dilma, porém, não falou sobre o que especialistas consideram o mais importante no caso do Brasil, que são medidas para melhorar a qualidade do ensino básico.