O Paraná é o segundo Estado do país com maior número de ações contra divulgação de informações nas eleições deste ano. Segundo o levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o Paraná as ações judiciais visam ao impedimento de divulgação de informações sobre candidatos, principalmente contra o Google. O Estado do Alagoas é o primeiro da lista com 18% das ações; o Paraná tem 14%; e o Maranhão é o terceiro colocado com 12% dos processos para impedir divulgação de informações. 

Com cinco processos do candidato a governador Roberto Requião (PMDB) – quatro contra o Google e uma contra a Editora Gazeta do Povo -, o PMDB é o partido com mais ações contra divulgação de informações. O deputado federal Hermes Parcianello (PMDB), também entrou com processo contra o Google.
Os advogados de Requião afirmam que o PMDB é o campeão de ações porque foram necessárias cinco ações contra a publicação de dezenas de vídeos no Youtube, canal na internet administrado pelo Google. São ações contra calúnia, difamação; vídeos contra o Requião para difamar o senador, afirma o coordenador jurídico da campanha peemedebista ao governo, Luiz Fernando Delazzari. Os pedidos são para o Google retire os vídeos do ar e Delazzari afirma que o Google já foi multado por não obeder ordem judicial. Em apenas uma ação, a Justiça mandou tirar oito vídeos apócrifos e difamatórios contra Requião, garante.
A candidata ao governo e senadora Gleisi Hoffmann (PT) entrou com duas ações contra o Google. O governador Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição, também foi acionou a Justiça contra a maior empresa de internet do mundo. Fechando a lista de processos, vem a candidata a deputada federal pelo PSC, Claudia Pereira, que ingressou também com ação contra o Google. As ações de Gleisi são contra diversos sites criados para eles a página Anti PT Paraná e outros na mesma linha.
Gleisi não — Os processos pedem ao Google a identificação dos autores e que retire os sites do ar. As duas ações são contra páginas anônimas; o procedimento é parecido com aquele que tirou do ar a página ‘Gleisi Não’ no início do ano, afirma o advogado Gustavo Guedes, da coligação petista. As páginas Gleisi Indelicada e Gleisi Não, que postavam comentários com teor político, foram retiradas do ar por determinação do Tribunal Regional Eleitoral. Na época, os advogados de Gleisi acusaram os jornalistas Cleverson Lima e José Gilberto Maciel que trabalhavam no governo de serem responsáveis pela administração das postagens.
Segundo o advogado Fabrício Ferreira, da coligação Todos Pelo Paraná, a ação movida pelos tucanos é contra a página Fora Beto Richa. A página é anônima e entramos com o pedido para que o Google identifique o responsável e possamos tomar as medidas de acordo com a legislação eleitoral, justifica. A legislação permite que sejam usada páginas para propaganda eleitoral desde que o autor seja identificado e vinculado à campanha de origem.
No país, até agora, foram 71 ações e 10 delas movidas por candidatos do Paraná. O Estado do Alagoas, com maior número de ações, tem 13 processos judiciais de candidatos e coligações contra divulgação de informações, principalmente na internet.